Período chuvoso proporciona condições ideais para o produtor investir na implantação de pasto com forrageiras de alto desempenho
O retorno das chuvas em grande parte do país, com volumes expressivos previstos para as próximas semanas, marca o início da principal janela para a formação, recuperação e manutenção de pastagens. Sistemas de baixa pressão e frentes frias avançam sobre o Centro-Oeste, Sudeste e Norte – inclusive com alertas de temporais e umidade reforçada para Tocantins, norte de Minas e Pará.
Em regiões ainda sob calor intenso, como o Brasil Central, esta virada climática também representa alívio e oportunidade para reposicionar áreas de pasto. Segundo especialistas, o produtor que se antecipa a esse período e aproveita as condições ideais de umidade e temperatura obtém melhor estabelecimento e maior longevidade da pastagem.
“O produtor deve observar o início da regularização das chuvas, com precipitações acumuladas em torno de 50 mm e boa distribuição no tempo. Essa combinação de umidade adequada, calor moderado e ausência de encharcamento é determinante para um estabelecimento rápido, vigoroso e uniforme da pastagem, afirma Tiago Penha Pontes, engenheiro agrônomo e Gerente técnico da Wolf Sementes.
Segundo ele, o planejamento pré-chuvas é o grande diferencial entre uma formação de pastagem bem-sucedida e um resultado apenas mediano. Um bom preparo da área, com análise e correção do solo, aliado à escolha da forrageira adequada, de alta produtividade e adaptada às condições locais, além do uso de sementes de qualidade comprovada, reduz significativamente as falhas na formação e maximiza o retorno do investimento.
“O produtor que se organiza com antecedência, corrigindo o solo, garantindo sementes de alta qualidade e escolhendo corretamente a espécie forrageira mais adequada à realidade da propriedade, reduz significativamente os riscos de atrasos e perdas de investimento”, explica Pontes.
Porém, antes de decidir pela manutenção ou reforma da pastagem, o engenheiro agrônomo recomenda uma avaliação criteriosa da área. Solos bem estruturados e com boa cobertura vegetal permitem a recuperação do pasto, enquanto áreas degradadas, com infestação de plantas invasoras ou sinais de compactação, exigem reforma total para garantir o pleno desenvolvimento da forrageira.
Evolução
De acordo com Pontes, nos últimos anos houve uma mudança positiva no comportamento dos pecuaristas, que têm se mostrado mais atentos às práticas de manejo e ao uso de informações técnicas no preparo das áreas.
“Hoje, grande parte já realiza análise de solo e se planeja para a compra de insumos antes do início da safra. A janela ideal (outubro a janeiro) permanece a mesma, mas as mudanças climáticas exigem mais atenção à regularidade das chuvas. Quem acompanha o regime hídrico e se antecipa a esse período obtém pastagens mais vigorosas, persistentes e produtivas”, reforça.
Essa mudança de postura também se reflete na escolha das espécies forrageiras. Na opinião do agrônomo, o produtor atual busca produtividade e retorno econômico, optando por forrageiras que entregam maior eficiência e estabilidade produtiva ao longo do ano.





