Cacau, açúcar e suco de laranja também tiveram valorização; algodão recuou.
Os contratos do café arábica, com prazo para março, fecharam a sessão na bolsa de Nova York com alta de 4,88%, a US$ 3,2960 a libra-peso, nesta sexta-feira (6/12). O valor é o mais alto da história recente, salienta o sócio da consultoria Pine, Vicente Zotti.
O especialista em mercado de café disse que a valorização do grão pode continuar e chegar a romper a barreira dos US$ 3,40 a libra-peso. O impacto maior, acrescenta Zotti, é para o bolso do consumidor brasileiro, que já sente o repasse do pacote de café moído e torrado nas prateleiras dos supermercados.
Para Zotti, apesar de os fundamentos não terem mudado, as negociações do café estão regidas por especulações e dúvidas sobre a quebra da oferta global diante de um potencial aquecimento da demanda, em especial nos países da Europa e nos Estados Unidos, onde a estação é a invernal, que corrobora para o aumento de consumo de café. A situação no Brasil é a oposta e pode equacionar o déficit de fornecimento.
No entanto, diz Zotti, se as exportações continuarem recordes e os danos nas plantas do Brasil mostrarem que o tamanho da redução do volume a ser colhido em 2025-26, aí sim o grão pode atingir novos recordes.
Cacau
Os contratos futuros de cacau de vencimento em março de 2025 (os mais negociados) terminaram esta sexta-feira em alta de 4,81% (US$ 452), a US$ 9.853 a tonelada.
Nesta semana, a amêndoa subiu em três das cinco sessões devido às preocupações do mercado com o clima no Oeste da África.
De acordo com análise do Mercado de Cacau, as regiões oeste e sudoeste, responsáveis por mais da metade da produção na
Costa do Marfim, sofreram danos severos devido a fortes chuvas, reduzindo significativamente as perspectivas de colheita para os próximos meses.
“Embora o volume de grãos recebidos nos portos tenha aumentado 34% em relação ao mesmo período da temporada 2023/24, o número é enganoso, já que a safra passada foi a pior em uma década. A maior parte da colheita principal foi concluída em novembro, e uma escassez significativa de grãos é esperada até fevereiro ou março”, destaca a publicação.
Açúcar
O açúcar demerara encerrou a semana em valorização de 2,55%, com os contratos de vencimento para março cotados a 21,74 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York.
Os principais motivos da alta nesta sexta-feira (6/12) foram o enfraquecimento do real brasileiro em relação ao dólar, o que estimulou as vendas de exportação pelos produtores de açúcar do Brasil e desencadeou longas liquidações, explicou o boletim da Trading Economics.
“Além disso, a melhoria das previsões globais de oferta de açúcar pesou sobre os preços”, acrescentou o relatório da consultoria norte-americana.
A Organização Internacional do Açúcar (ISO) reviu a sua previsão do déficit global de açúcar para 2024/25 para 2,5 milhões de toneladas. No entanto, a produção de açúcar da Índia diminuiu significativamente, com as usinas produzindo 2,79 milhões de toneladas desde 1º de outubro, uma queda anual de 35,4%, devido ao atraso nas operações em estados-chave.
No final de novembro, 381 usinas estavam operacionais, em comparação com 433 no ano anterior. A Federação Nacional das Fábricas Cooperativas de Açúcar estima que a produção de açúcar da Índia cairá para 28 milhões de toneladas em 2024/25, face aos 31,9 milhões de toneladas do ano passado, limitando a exportação.
Algodão
Os contratos futuros de algodão, com prazo para março, caíram 1,41%, para 70,10 centavos de dólar por libra-peso no fechamento do pregão da bolsa de Nova York, nesta sexta-feira.
De acordo com a Trading Economics, os traders reagiram a um forte relatório de vendas de exportação mundial, que aumentou as expectativas de uma demanda mais forte.
A comercialização global da pluma segue impulsionada principalmente pela demanda do Paquistão, Vietnã, Turquia, China e Índia.
Suco de laranja
Os contratos de janeiro de 2025 do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) fechou em alta de 1,84% na bolsa de Nova York. As cotações ficaram em US$ 5,0310 a libra-peso para os lotes de primeira posição, os mais negociados ao longo da sexta-feira (6/12) (Globo Rural)