Conjuntura de fatores leva café a preços históricos na bolsa; nesta segunda (10) contratos avançaram mais de 6%
Investidores no mercado do café ainda seguem com apetite para continuar apostando na alta do grão em Nova York. O preço voltou a subir na sessão desta segunda-feira (10/2) depois de interromper uma sequência de 12 altas consecutivas na última sexta. Os papéis do arábica para maio, os mais negociados, fecharam em elevação de 6,15%, US$ 4,2110 a libra-peso.
Antônio Pancieri Neto, da Clonal Corretora de café, lembra que a conjuntura atual do mercado deixa pouco espaço para o recuo dos contratos futuros.
“Nós temos um dólar e demanda firmes e insegurança na oferta do Brasil, que piora com a previsão de onda calor para o cinturão cafeeiro do país nos próximos dez dias. Para completar, os agentes agora vivem a incerteza se as taxas anunciadas por Trump podem afetar o comércio do café”.
“Todas as resistências [limites de alta para os contratos] foram rompidas e enquanto não houver uma mudança drástica desses fatores que estão apoiando os preços, não dá para dizer até onde vai subir o café”, acrescenta.
Cacau
O preço do cacau emendou a quinta queda consecutiva na bolsa de Nova York. Os lotes para maio, os mais líquidos, fecharam em baixa de 2,32%, a US$ 9.878 a tonelada.
O mercado, que até o fim do ano passado estava rodeado de elementos ‘altistas’, agora vê nas indicações de queda de demanda, e também na melhora do clima no oeste africano um motivo para realização de lucros dos investidores.
O oeste da África representa quase 70% da safra de cacau no mundo, e as chuvas regulares na região aumentam a expectativa com a produção da colheita intermediária, que tem início em abril.
Suco de laranja
O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) fechou em forte queda pelo segundo dia consecutivo. Os contratos para março caíram 4,73%, cotados a US$ 4,0320 a libra-peso.
Os preços responderam às novas estimativas para a safra no Brasil, principal exportador de suco de laranja do mundo. O Fundecitrus estimou hoje uma colheita de 228,52 milhões de caixas, aumento de 2,4% em relação ao dado divulgado pela entidade em dezembro.
No mercado do algodão, os papéis para março fecharam em alta de 1,39%, para 66,54 centavos de dólar a libra-peso. Nos negócios do açúcar, os lotes com o mesmo vencimento avançaram 0,72%, a 19,50 centavos de dólar por libra-peso (Globo Rural)