Presidente da associação indica que a declaração seja mais especulativa do que um plano concreto.
Maurício Buffon, presidente da Aprosoja, uma das entidades mais próximas nos últimos anos do bolsonarismo, disse à CNN, nesta terça-feira (12/8), que vê a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ampliar as exportações de soja para a China e consequentemente prejudicar as vendas do produto brasileiro para o mercado chinês como uma “bravata sem condições ser colocada em prática”.
“É mais uma bravata do Trump. Eles produzem 120 milhões de toneladas de soja por ano, e quando ele fala que a China vai quadruplicar as compras deles, isso não faz sentido. A China já importa de 18 a 20 bilhões de toneladas de soja dos EUA. Quadruplicar isso significaria chegar a 80 bilhões de toneladas e os americanos não têm soja suficiente disponível para isso”, disse.
Nesta semana, Trump pediu à China que quadruplique a importação de soja americana, o que poderia afetar os produtores brasileiros que têm no mercado chinês seu maior comprador.
Para a Aprosoja, se trata mais de uma especulação de Trump do que um plano concreto.
“Além disso, os Estados Unidos têm um programa de biocombustível que consome muita soja. Eles não têm excedente. A produção de biodiesel exige bastante soja, e as proteínas — suínos, frangos — também consomem muito. Inclusive, a própria pecuária lá é toda fechada e confinada, e eles estão com problema de rebanho pequeno, o que indica que vai faltar carne e vai precisar de mais soja. É inviável para eles vender mais para a China. Não me parece um plano de ação concreto”, declarou Buffon (CNN Brasil)