Após seguidos recordes, receitas externas com soja caem 26%

Exportação recua para US$ 49,6 bilhões no ano, após ter atingido US$ 67 bi em 2023.

O carro-chefe da balança comercial do agronegócio perde fôlego neste ano. Após seguidos anos de receitas externas recordes, as exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo) voltam a ficar abaixo dos US$ 50 bilhões, mesmo cenário de 2021.

As estimativas da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) desta terça-feira (17/7) apontam para US$ 49,6 bilhões, uma queda de US$ 18 bilhões em relação a 2023.

Além de um potencial menor de exportação neste ano, devido à redução de safra, a soja comercializada perde preço no mercado internacional.

Em junho de 2022, a tonelada da oleaginosa era comercializada a US$ 640 no porto de Paranaguá. O valor recuou para US$ 481 no mesmo mês do ano passado e para US$ 443 neste ano.

Essa queda afeta também o bolso do produtor. A saca de soja era negociada a R$ 193 (sem ICMS) em Maringá (PR) no último mês do primeiro semestre de 2022. Caiu para R$ 128 no ano seguinte e esteve R$ 132 neste.

As exportações de soja em grãos não têm grandes alterações. No ano passado, o país colocou o recorde de 102 milhões de toneladas no mercado externo. Neste, serão 98 milhões, uma queda de 4% no volume. As receitas, no entanto, terão recuo de 26%.

As vendas externas de farelo, produto do qual o país assumiu a liderança mundial no ano passado ao vender 22,6 milhões de toneladas, deverão ser 1 milhão a menos do que em 2023.

Na divisão do bolo das exportações, a soja em grãos renderá US$ 40,1 bilhões neste ano; o farelo, US$ 8,5 bilhões, e o óleo, US$ 1 bilhão.

Nas contas da Abiove, as receitas deste ano retornam para patamar próximo ao de 2021, quando o complexo soja gerou US$ 48 bilhões. Naquele ano, as exportações de soja em grãos haviam sido de 86 milhões de toneladas.

Na atualização desta semana, a Abiove prevê produção de 153,2 milhões de toneladas de soja, enquanto o processamento interno será de 54,5 milhões. A produção nacional de farelo cai para 41,7 milhões de toneladas, e a de óleo sobe para 11 milhões (Folha)

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