Apesar da queda de preços, Brasil eleva receitas com exportações

Entre os blocos importadores, Ásia, o de maior importância, cresce só 1% no ano.

A balança comercial do agronegócio, não obstante os efeitos da redução dos preços internacionais, acirramento dos conflitos geopolíticos e do tarifaço de Donald Trump, ainda apresenta evolução positiva nos oito primeiros meses deste ano em relação a igual período de 2024.

Com base na Secex (Secretaria de Comércio Exterior), dados da Folha indicam que as exportações atingiram US$ 112,5 bilhões de janeiro a agosto, incluindo os principias produtos do setor, uma evolução de 1% no período. O agronegócio foi marcado por tendências contraditórias nos carros-chefes.

A soja mantém crescimento no volume exportado, mas os preços médios tiveram queda próxima de 10% no período. Com safra recorde, o país colocou 86,5 milhões de toneladas no mercado externo até agosto, 4% a mais, mas as receitas recuaram para US$ 34,3 bilhões, 6% a menos.

O café mantém tendência contrária. Pelos números da Secex, o volume exportado recuou para 1,42 milhão de toneladas no ano, 19% a menos, mas as receitas subiram para US$ 9,2 bilhões, 39% a mais. O desequilíbrio entre oferta e demanda fez o preço ter grande impulso no mercado internacional.

As carnes, puxadas pela bovina, vivem um cenário diferente do dos demais líderes. Além de aumento no volume exportado, o preço externo melhorou. O volume subiu para 6,3 milhões de toneladas, com receitas recordes de US$ 18,9 bilhões. O preço médio da bovina de agosto supera em 26% o de igual mês de 2024; o da suína, em 5%, mas o de aves caiu 15%.

O açúcar perde em volume e em preço. As exportações recuaram para 8,4 milhões de toneladas até agosto, e as receitas, para US$ 3,61 bilhões. O preço médio do mês passado é 12% inferior ao de agosto de 2024.

Uma avaliação por blocos econômicos indica que apenas nos do Oriente Médio, América Central e África o país perdeu força nas exportações. Já nos três principais, União Europeia, América do Norte e Ásia, houve evolução. Este último, o principal parceiro comercial do Brasil, registrou a menor taxa de crescimento entre os que aumentaram as importações brasileiras.

O Brasil destinou mercadorias no valor de US$ 55,1 bilhões para os asiáticos neste ano, 1% acima das receitas de igual período de 2024. Os aumentos vieram de China, Japão e Vietnã, este último vem elevando ano a ano as compras no Brasil. Já mercados como Tailândia, Coreia do Sul e Bangladesh pisaram no freio.

A União Europeia veio buscar produtos no valor de US$ 15,6 bilhões no mercado brasileiro, 6% a mais do que no ano passado. Esse aumento se deu, no entanto, mais pela elevação dos preços do café do que pelo volume importado.

Os dados da Secex indicam que o bloco europeu adquiriu 675 mil toneladas de café no ano, 23% a menos do que até agosto de 2024, mas gastou 32% a mais. Parte dessa queda no volume se deve à antecipação de compras em 2024, devido à possível entrada em vigor da lei antidesmatamento (EUDR). A compra de soja recuou 6% em volume.

A América do Norte importou US$ 12,1 bilhões, com aumento de 13%. O volume das carnes subiu 66%, mas o de café recuou 22%. Esses são os principais produtos brasileiros enviados à região, vindo a seguir madeira, que também teve queda no volume exportado. O Brasil aposta muito no México, que elevou as compras de produtos brasileiros em 180% nos últimos cinco anos (Folha)

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