Agropecuários mantêm tendência de alta no campo em outubro

Carne bovina lidera aumentos, e trigo tem queda de preço no mês, segundo o Cepea.


Outubro foi um período de correção dos preços dos produtos agropecuários dentro da porteira. Apenas trigo e arroz não tiveram elevação. O primeiro teve queda de 1,4%, e o arroz ficou estável.

O aumento de preços das commodities no campo continua sendo repassado para os supermercados, gerando inflação. Segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os preços dos alimentos acumulam alta de 1% nas últimas quatro semanas, o sexto aumento seguido.

A maior alta no campo continua vindo da arroba de boi gordo, que ficou 16% mais cara no mês passado, conforme dados apurados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) até quarta-feira (30).

A correção de preços do boi vem forte desde o final de agosto. Além da oferta menor de animais vindos do pasto, as exportações se mantêm em patamar recorde.

O preço do suíno também está em alta, acumulando o sexto aumento seguido na média mensal.
Além do momento bastante favorável para as exportações e de crescimento da demanda interna, há uma menor oferta de animais.

O frango, com preços mais acessíveis ao bolso do consumidor em relação às demais carnes, ganha competitividade. Com isso, o valor médio do quilo da carne de frango congelada subiu para R$ 7,53, uma evolução de 2% no mês.

A soja também recupera preços, e em outubro subiu 2% em relação a setembro. Segundo o Cepea, o produtor diminui o ritmo de vendas em um período de demanda maior.

O milho está com alta em praticamente todas as regiões, o que deve pressionar o custo de produção de proteínas. As empresas consumidoras do cereal repõem estoques, permitindo um reajuste de 13% nos preços no mês passado.

Entre os alimentos básicos, o arroz não sobe, e a saca continua sendo negociada a R$ 119 no Rio Grande do Sul. Feijão e a mandioca, no entanto, estão em alta. A raiz vem sendo reajustada por 20 semanas seguidas, segundo o Cepea. Nesse período, já subiu 60%.

A pressão sobre os preços de café já é menor. Após valores recordes, o robusta caiu 4% no mês passado, enquanto o arábica subiu 0,9%.

As chuvas do mês passado melhoraram as perspectivas de produção na safra 2025/26, mas elas têm de continuar para evitar o abortamento da florada e dos chumbinhos, segundo o Cepea.

Básicos

O café foi o produto que mais pesou no bolso dos consumidores em setembro, segundo acompanhamento de preços de uma cesta básica da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).

O café moído teve aumento de 4%, acima dos 3,5% do óleo de soja e dos 3% da carne bovina. Massas e leite completam a lista dos cinco produtos básicos que mais subiram (Folha)

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