Agricultores priorizam redução de endividamento na safra 2025/26

Rabobank vê cautela dos produtores nas compras de insumos na safra 2025/26.

Mesmo com uma certa melhora nas margens de soja e milho na safra 2024/25, os produtores começam o novo ciclo sob a pressão de custos altos e endividamento, segundo avaliação do Rabobank. O banco, especializado em agronegócio, vê cautela dos produtores nas compras de insumos e prioridade na redução da alavancagem financeira.

Segundo Bruno Fonseca, analista do banco, a postura reflete sobretudo o peso ainda alto dos fertilizantes. Ele observa que muitos agricultores têm buscado opções para reduzir gastos, como o uso de fontes diferentes de fósforo, entre elas o supersimples, e ajustes na adubação. “Eles estão tentando fazer a análise de solo para reduzir um pouco a adubação”, afirma.

Os fertilizantes seguem como um dos principais fatores de pressão. Na safra 2022/23, a guerra na Ucrânia fez com que os custos de adubação da soja passassem de R$ 1.047 a R$ 2.658 por hectare.

Embora o custo tenha caído 25% no ciclo 2023/24, os valores seguiram acima da média histórica — para o ciclo atual, a previsão é de que o custo suba cerca de 10%. Fonseca pondera que, embora haja indícios de cautela no campo, os produtores já compraram os insumos para a soja, assegurando o início do plantio.

O encarecimento dos insumos não é o único fator de pressão. Segundo o Rabobank, os produtores seguem com alavancagem alta, um reflexo das dívidas que acumularam entre 2021 e 2023. Além disso, o ambiente de crédito no Brasil continua seletivo, receoso com o aumento da inadimplência, do número de pedidos de recuperação judicial e dos juros.

Fonseca diz que a safra é “chave” para a recuperação financeira do setor, dentro da projeção do Rabobank de que o período de margens comprimidas deve se estender até meados de 2027. “É uma safra mais complicada. mais do que nunca, o produtor vai precisar ter um resultado positivo porque ele vem de anos de margens mais apertadas, alavancado”, afirma.

A estratégia central dos produtores na safra 2025/26, aponta o banco, deve ser a redução da alavancagem. Entre as medidas estão capitalização, desmobilização de ativos e renegociação de dívidas de curto prazo (Globo Rural)

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