Acordo entre EUA e China reduz prêmios e paralisa vendas de soja do Brasil

Encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, nesta quinta-feira (30/10), sinalizou uma trégua parcial na disputa comercial.

A reaproximação diplomática entre Estados Unidos e China já causa mudanças no mercado de soja do Brasil. Os prêmios praticados no porto de Paranaguá (PR) – diferencial entre o valor na bolsa de Chicago e preço para exportação – caíram entre US$ 0,15 e US$ 0,20 o bushel ontem e hoje. Mas, além disso, as negociações paralisaram.

“O comprador desapareceu e agora está tentando entender o que foi acordado”, afirmou Adriano Lo Turco, analista de mercado da Agroconsult.

O encontro entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, realizado na quinta-feira (30/10) em Busan, na Coreia do Sul, sinalizou uma trégua parcial na disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo e a retomada das compras chinesas de produtos agrícolas americanos.

Após a reunião, Trump declarou que a China voltará a adquirir “tremendas quantidades de soja e outros produtos agrícolas imediatamente”. E o secretário do Tesouro, Scott Bessent, anunciou que serão 12 milhões de toneladas de soja entre agora e janeiro e 25 milhões de toneladas de soja por ano durante os próximos três anos.

As declarações ocorrem após a confirmação de que a estatal chinesa Cofco comprou, nesta semana, três cargas de soja dos EUA, num total 180 mil toneladas, reforçando a boa vontade de acordo.

“A questão é que ninguém entendeu como isso vai funcionar, são 25 milhões de toneladas por ano-safra ou ano-comercial? Inclui os 12 milhões de toneladas até janeiro?”, questiona Adriano Lo Turco.

Ainda que não se saiba os detalhes, os investidores de grãos já sinalizaram alegria com as declarações. Nesta manhã, os contratos de soja mais negociados subiam mais de 1,5% na bolsa de Chicago. Nos últimos três dias, eles tiveram alta de 2,3% apenas com as especulações.

Perdas ao produtor

Para o Brasil, o problema é que essa valorização na bolsa, não compensará a queda nos prêmios. “O resultado agora é que se fechou uma janela de oportunidade de comércio da safra velha (2024/25). E, provavelmente, pressionará os preços da safra nova. Isto é, em reais por saca, o produtor terá um valor menor”, completou Turco.

Marcela Marini, analista de grãos e oleaginosas do Rabobank, complementa dizendo que “se confirmada uma nova safra recorde em 2026, os prêmios no Brasil poderão ser comprimidos e atingir patamares negativos ao longo do ano”. Nesse cenário, os preços em reais recebidos pelos produtores podem cair, enquanto as indústrias de esmagamento tendem a se beneficiar da aquisição de soja mais barata.

No longo prazo, porém, a situação deve voltar à normalidade e o Brasil deve continuar a fornecer mais de 100 milhões de toneladas aos chineses. Ana Lodi, analista da StoneX lembra que os volumes acordados entre China e EUA são similares aos comercializados antes do acirramento das tensões comerciais. “Dessa forma, não devem ocorrer grandes mudanças nos fluxos globais de soja.”

Em 2024/25, os EUA forneceram 22,6 milhões de toneladas à China. No ciclo anterior, 25 milhões e, em 2022/23, 31 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que o país exporte 47 milhões de toneladas de soja na temporada 2025/26, na comparação com 112 milhões previstas para o Brasil. Essa diferença reforça a leitura de que, mesmo com a trégua, o Brasil continuará sendo o principal destino da demanda chinesa.

Dentro dos EUA, o acordo funciona como uma sinalização política de que Trump não largou seu eleitor do Meio-Oeste. Mas a Reuters Breakingviews, já sinaliza que o impacto positivo para os produtores americanos tende a ser “limitado”, uma vez que a China mantém hoje uma base de fornecedores mais diversificada, com a América do Sul em posição dominante (Globo Rural)



Soja sobe na bolsa de Chicago e passa de US$ 11 para 2026

Mercado da oleaginosa avaliou as negociações entre EUA e China. Milho e trigo caíram.

O preço da soja subiu, nesta quinta-feira (30/10) na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em 2026 superaram os US$ 11 por bushel.

O contrato de soja para novembro a fechar em US$ 10,91 por bushel, alta de 1,02% ou de US$ 0,11. Na máxima do dia, a cotação chegou a US$ 11,01 o bushel. Os lotes para janeiro de 2026 fecharam a sessão valendo US$ 11,07 por bushel, valorização de 1,21% ou de US$ 0,1325. Na máxima da sessão, as negociações chegaram a US$ 11,14 o bushel.

O dia foi de ajustes de posições, depois do encontro diplomático entre os presidentes Donald Trump, do Estados Unidos, e Xi Jinping, da China. Após a reunião, o governo americano sinalizou uma retomada do comércio bilateral de soja, o que trouxe expectativa de demanda pelo grão do país, com suporte aos preços.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse, em entrevista, que os chineses devem comprar 12 milhões de toneladas do grão da safra 2025/26, que está em fase de colheita no cinturão agrícola americano. E acrescentou que, nas próximas três temporadas, o volume pode chegar a 25 milhões de toneladas anuais.

A declaração do secretário veio um dia depois da trading chinesa Cofco anunciar a aquisição de 180 mil toneladas da oleaginosa, com embarques previstos para dezembro e janeiro.

A consultoria Granar, da Argentina, avalia que o mercado, pelo menos neste momento, decidiu acreditar nas declarações das autoridades americanas. Do lado chinês, as declarações, aparentemente, tiveram um tom mais comedido.

A Granar destaca, em relatório, que o Ministério do Comércio informou que os dois países “chegaram a um consenso sobre questões como a cooperação antidrogas no combate ao fentanil, a expansão do comércio de produtos agrícolas e a gestão de casos individuais envolvendo empresas relevantes” (Globo Rural)



China anuncia compra de 12 milhões de toneladas de soja dos EUA, e preços do grão sobem em Chicago

China deverá comprar pelo menos 25 milhões de toneladas de soja dos EUA por ano durante os próximos três anos.

Logo após o encontro do presidente dos EUA, Donald Trump, com o presidente chinês, Xi Jinping, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse à Fox Business, que a China concordou em comprar milhões de toneladas de soja americana nos próximos anos.

Durante sua participação no programa “Mornings with Maria”, Bessent afirmou que a China concordou em comprar 12 milhões de toneladas “nesta temporada”, que, segundo ele, se estende “entre agora e… provavelmente janeiro”.

Ele acrescentou que a China deverá comprar pelo menos 25 milhões de toneladas de soja por ano durante os próximos três anos.

Nesta quarta-feira (29/10), a estatal chinesa Cofco já comprou três carregamentos de soja americana, somando cerca de 180 mil toneladas, com embarques previstos entre dezembro e janeiro.

A declaração animou os investidores da bolsa de Chicago, ainda que não esteja claro se a China se comprometeu-se a comprar volumes fixos de soja americana. “Com os preços do farelo de soja chinês ainda baixos, mesmo uma redução das tarifas para os níveis pré-guerra comercial pode não tornar lucrativo para as processadoras chinesas importarem soja americana”, disseram as fontes à Bloomberg nesta quarta.

Os Chineses precisam entre 7 milhões e 9 milhões de toneladas de soja, até o final da colheita no Brasil no começo do próximo ano. Este volume está longe das 22 milhões de toneladas compradas dos EUA no ano comercial anterior. Em 2018/19, mesmo com um acordo firmado, a China comprou apenas o mínimo necessário para os seus estoques do grão americano. “Tudo isso levou o mercado a parar e pensar com cautela antes de terem dados mais concretos”, escreveu o analista Luiz Pacheco, da T&F Consultoria.

Perto das 10h, os contratos mais negociados de soja subiam 1,43%, a US$ 10,9575 o bushel (Globo Rural)

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