A bióloga que se descobriu produtora rural

O que era apenas diversão, acompanhar o pai nas idas ao sítio, acabou se tornando a profissão de Luciana Festti

Com quatro filhas, todas formadas em áreas específicas, o cooperado Orides Festti, que planta 100 alqueires em Rolândia, entre área própria e arrendada, de soja no verão e milho e trigo no inverno, até chegou a se preocupar com quem daria continuidade ao seu trabalho. A filha mais velha é professora, a segunda, formada em medicina, e as duas caçulas, gêmeas, tinham optado por serem psicóloga e bióloga, e todas já estavam bem encaminhadas na vida.

PROFISSÃO – “O que era apenas diversão, acompanhar o pai nas idas ao sítio, acabou se tornando minha profissão”, afirma Luciana Festti. Formada em Ciências Biológicas e mestrado pela Universidade Federal do Paraná na área, atuou no segmento por um bom tempo e chegou a passar em um concurso para trabalhar na Secretaria do Meio Ambiente de Blumenau, em Santa Catarina, mas enquanto esperava a convocação para iniciar o trabalho, voltou para casa em 2014 e começou a ajudar o pai na propriedade, tomando gosto pela profissão. 

PERMANECER – Ao colocar na balança os diversos fatores, optou por permanecer na propriedade e ajudar os pais, seguindo o exemplo da mãe, Maria Inês, que era professora, mas, sempre ajudava o marido nos períodos de trabalho mais intenso.  Luciana começou ajudando com a parte burocrática e na logística, levando refeições, buscando peças e produtos, mas não demorou muito para colocar o pé na roça e começar a ajudar no manejo das lavouras, na compra de insumos, na venda da produção e na tomada de decisão. 

REAPRENDER – Hoje, ajuda o pai no planejamento das safras, sabe o que e quando plantar, como controlar pragas, doenças e mato, decidindo o que fazer junto com o pai e o engenheiro agrônomo da Cocamar que acompanha a propriedade. “Tive que me adequar a nova profissão e reaprender tudo de novo, mas, estou amando ir a campo e colocar a mão na massa”, comenta. Como o pai conta com a ajuda de três funcionários, Luciana dificilmente pega nas máquinas para fazer o plantio ou a colheita, mas curiosa, tem acompanhado o pai e até arriscado operar com a colheitadeira e o trator, supervisionada pelo pai, já pensando em se preparar para uma situação de emergência ou de maior demanda de trabalho.

SUCESSÃO – Com Luciana, a sucessão familiar na propriedade dos Festti está garantida. A cooperada conta que como em todo início do processo de sucessão, o começo foi bem tumultuado. Ao deixar de só acompanhar o pai e começar a participar das decisões, Luciana conta que houve um choque de gerações e na forma de encarar as situações, mas os dois aprenderam a conversar bastante e, principalmente, ouvir um ao outro. “Aprendi a respeitar a grande experiência que meu pai tem e aprender, e ele a ouvir sobre as novas tecnologias e mudanças, trocando experiência e encontrando um ponto de equilíbrio”, diz.

CAPACITAÇÃO – Além de aprender tudo que pode com o pai e com os agrônomos da Cocamar, nos dias de campo e reuniões técnicas, Luciana tem buscado informações onde pode e tem aproveitado muito as capacitações oferecidas a ela como parte do Conselho Consultivo da Cocamar. Ela cooperou em 2020, se tornando bastante atuante na cooperativa, por isso não demorou muito o convite para participar do Conselho Consultivo 2022/25. “Estou gostando muito da experiência. É muito importante conhecer a cooperativa e como tudo funciona. Isso muda a sua visão do seu negócio e da cooperativa e faz entender seu papel como fornecedor, cliente, mas essencialmente como dono da cooperativa”. (Jornal Cocamar)

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