Agricultores brasileiros pagarão mais para nutrir a safra 2025/2026, que começa a ser semeada já em setembro no Centro-Oeste, uma vez que o conflito Irã-Israel ameaça o fornecimento de insumos e cria problemas logísticos, disseram especialistas.
De acordo com um relatório da StoneX divulgado nesta segunda-feira (23/6), a produção de ureia no Irã e no Egito, dois grandes produtores do fertilizante no Oriente Médio, sofreu uma paralisação. A interrupção no Egito está ligada à redução no fornecimento de gás de Israel. No Irã, as plantas de ureia e amônia estão paralisadas devido aos riscos associados à guerra.
O Brasil é um importador de fertilizantes, e os agricultores locais estão expostos a oscilações bruscas de preços em tempos de guerra. Até o momento, os produtores brasileiros compraram cerca de 61% das necessidades de fertilizantes para o segundo semestre, mas nem todos os pedidos foram entregues, afirmou o especialista da StoneX, Renato Françoso, à Reuters.
Os agricultores brasileiros que ainda não compraram certos insumos estão enfrentando uma relação de troca desfavorável, de acordo com a StoneX. A situação pode levar os produtores a reduzir as aplicações na próxima safra.
O poder de compra de fertilizantes pelos agricultores brasileiros atingiu o menor nível em mais de 30 meses, em uma conjuntura de queda de preços de importantes commodities agrícolas e alta nos custos de adubos, de acordo com um indicador elaborado pela Mosaic, divulgado mais cedo neste mês. Para os produtores de milho, o conflito no Irã, que fornece 17% a 20% da demanda brasileira por ureia, é motivo de preocupação imediata (Reuters)