Ministro da Agricultura foi citado recentemente entre os que ‘vestem a camisa do governo’ e defendem a gestão quando é preciso; Centrão pressiona.
Diante da pressão de integrantes do Centrão para que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) assuma o Ministério da Agricultura, integrantes do Palácio do Planalto dizem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vê motivos para trocar o atual titular da pasta, Carlos Fávaro, considerado um dos ministros com melhor avaliação no governo.
Interlocutores afirmam ainda que Lula já compreendeu que sua relação com o agronegócio é limitada e não alcançará a simpatia de todo o setor. O presidente, portanto, não visa mudanças na “reconstrução de pontes” entre o Executivo e os ruralistas, porque o diálogo vem sendo feito e os resultados do agro impulsionam a economia.
As aberturas recordes de mercado para produtos agropecuários nacionais, 325 até agora, são as mais citadas entre os méritos do ministro – e Lula faz questão de mencionar tal número em entrevistas. “Ele sempre despende elogios ao Fávaro. Lula gosta do trabalho de Fávaro e tem simpatia pessoal”, observou um aliado do petista.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, citou recentemente Fávaro entre os ministros que “vestem a camisa do governo” e defendem a gestão quando é preciso. Na avaliação do Palácio do Planalto, tal postura ganha destaque especialmente em um momento sob queda de popularidade da gestão Lula 3.
Membros da direção do PSD também consideram “improvável” a saída de Fávaro da pasta. O principal descontentamento do partido em relação à composição do governo se dá em relação ao Ministério da Pesca, sob André de Paula. A legenda alega ao Planalto que a pasta tem pouca capilaridade.
Em meio à articulação para ampliar o espaço na Esplanada, o apoio à manutenção de Fávaro na Agricultura é visto como “crucial” por integrantes da legenda. Neste sentido, segundo interlocutores, pesa a boa relação de Fávaro com Gilberto Kassab, presidente da sigla. Na última terça-feira, o ministro participou de reunião da bancada do PSD da Câmara, liderada pelo deputado Antonio Brito (PSD-BA), e recebeu o endosso dos deputados à sua permanência como titular da pasta, assim como apoio às pautas lideradas pelo ministério.
Internamente na Agricultura, funcionários que atuam em funções comissionadas acompanham os rumores com distância. Pessoas próximas ao ministro afirmam que o clima é de tranquilidade e que ele segue confiante nas entregas feitas pela pasta. A execução de políticas e programas planejados para o ano segue o calendário normal. A entidades do setor produtivo, o ministro tem garantido a continuidade de seu trabalho à frente do ministério (Estadão)