Incêndios aumentam em outubro, e área destruída no Brasil em 2024

Sede da COP30, em 2025, Pará foi o estado mais devastado por incêndios no mês passado.

O índice de queimadas em outubro no Brasil caiu pela metade, comparado com o mês anterior, quando o país batera recorde de destruição. Contudo, a devastação ainda é extensa e, no ano, a perda de cobertura vegetal equivale ao tamanho do estado de Tocantins.

De acordo com dados do Monitor do Fogo da plataforma MapBiomas, divulgados nesta terça-feira (19), outubro teve uma área de 51.770 km² queimada. Somado aos meses anteriores, 2024 acumula 275.622 km2 de área devastada, o que representa aumento de 119% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo o MapBiomas, três a cada quatro quilômetros quadrados queimados (74%) de janeiro a outubro eram de vegetação nativa. As áreas de formações florestais concentraram um quarto (25%) do total.

O estado mais afetado pelas queimadas em outubro foi o Pará, que deve sediar a conferência sobre mudança do clima da ONU (Organizações das Nações Unidas), a COP30, em 2025. Ao todo, o estado perdeu 15.130 km² com os incêndios, um aumento de 46% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Entre os municípios paraenses mais atingidos estão: São Félix do Xingu (3.690 km²), Altamira (2.002 km²) e Novo Progresso (1.964 km²).

Em nota divulgada na segunda-feira (18/11), o MPF (Ministério Público Federal) voltou a cobrar, principalmente do governo do Pará, a adoção de medidas urgentes para o combate às queimadas. Os pedidos de providências, que reforçam uma série de requerimentos já feitos pelo MPF nos últimos meses, foram encaminhados a órgãos públicos estaduais e federais.

“A propaganda do Estado do Pará em relação às ações de combate às queimadas, especialmente durante a 29ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática [COP29], no Azerbaijão, é, no mínimo, irresponsável”, diz trecho do comunicado.

“O MPF ressalta que a discrepância entre o discurso e a prática do governo coloca em xeque a seriedade do compromisso do Estado do Pará com a preservação ambiental e com o combate verdadeiro às mudanças climáticas”, acrescentou.

Procurado pela Folha, o governo do Pará não enviou resposta até a publicação desta reportagem.

De janeiro a outubro, conforme os dados do MapBiomas, a amazônia sofreu mais da metade (55%) de tudo que foi queimado no país: 151.460 km². Em segundo lugar, o bioma mais devastado pelo fogo foi o cerrado, com 93.812 km² –dos quais 85% abrangia vegetação nativa. O pantanal ficou em terceiro lugar, com 18.049 km² (Folha)

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