O ciclo 2024/2025 tem sido marcado por desafios para os produtores de soja. Além das menores margens, pelo preço achatado das commodities, os produtores enfrentam a maior seca da história do Brasil.
Mesmo com esse cenário, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em sua primeira estimativa, projetou o novo ciclo da oleaginosa em 166 milhões de toneladas, um crescimento de 12,7% frente à safra anterior marcada por uma quebra em função do clima adverso, principalmente em Mato Grosso.
No Centro-Oeste, a retomada dos acumulados em algumas áreas deu fôlego para que uma parte dos produtores avançassem com o plantio da soja. Segundo a AgRural, o plantio da oleaginosa no Brasil atingiu 18% até última quinta (17/10), bem abaixo dos 30% do mesmo período do ciclo passado.
Na Fazenda Reunidas Baumgart, localizada no município de Rio Verde (GO), 5º município mais rico do agronegócio brasileiro, e a cerca de 230 quilômetros da capital Goiânia, serão plantados 9100 hectares com soja, com expectativa de serem produzidas 78 sacas por hectare (sc/ha). Em 23/24, a produtividade ficou em 77 sc/ha.
O atraso das chuvas tem sido o principal desafio desse ciclo, com o grupo se esforçando para encerrar o plantio na melhor janela de plantio, até o dia 4 de novembro. Por lá, às máquinas tem trabalhado até de noite, para maximizar os trabalhos
Com a retomada das chuvas há duas semanas, após 180 dias sem chuvas, os trabalhos no campo foram retomados e o plantio atingiu 52% da área a ser plantada até ontem (23/10).
Apesar disso, o presidente do grupo já projeta impactos para o milho safrinha, que será plantado após a colheita da oleagionosa.
“Com a demora das chuvas nesta safra e início do plantio mais tardio da soja, provavelmente não teremos áreas ideais suficientes para o plantio da safrinha de milho. É bem provável que iremos plantar uma área menor com milho 2ª safra”, disse Alexandre Baumgart ao Agro Times.
Melhores práticas contra períodos de seca
Na propriedade, são adotadas estratégias e manejos para melhorar a capacidade de retenção de água no solo, como o consórcio de brachiarias com milho na segunda safra, uso de biológicos durante a implantação das culturas e manejo correto dos restos culturais da última safra (palhada).
“Estamos adotando também as práticas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), isso para manter o solo mais estruturado e com capacidade de reter o máximo das chuvas que por sinal cada ano estão mais irregulares” (Money Times)