Após o período de inverno e com o aumento da umidade e temperatura na primavera retoma o metabolismo normal das plantas de café, preparando-as para uma nova safra. Essas condições também favorecem a atividade da broca do café (Hypothenemus hampei).
O manejo para controle na fase inicial das infestações é crucial para evitar populações críticas durante a safra. Além de inseticidas químicos, os produtos biológicos, contendo o fungo Beauveria bassiana, mostram bons resultados no contra a broca do café. A Novonesis, líder mundial em biossoluções, investe em produtos à base deste fungo para controle da praga.
Após a aplicação do fungo, inserido em uma solução líquida e aplicado via pulverização, a broca entra em contato com o Beauveria que coloniza o inseto, provocando a morte e, consequentemente, o controle da praga. “Nos cafezais onde é aplicado o biodefensivo, é comum encontrar brocas mortas pela ação do fungo. Vale lembrar que o microrganismo não traz nenhum risco à biodiversidade”, explica Ives Murata, Gerente de Serviços Técnicos – Biocontrole da Novonesis. O especialista completa que nessas lavouras recomenda-se não fazer aplicação de agroquímicos, a não ser que a infestação da broca ultrapasse 5% de frutos bloqueados sem infecção.
Tecnologia
O uso do fungo tem sido cada vez mais estudado com o objetivo de melhorar a sua eficácia. Ele completa que espécies de fungo são comumente encontradas associadas com insetos ou em seus habitats, incluindo no solo. A broca do café pode comprometer até 20% do peso de um café beneficiado, ou seja, em uma saca de 60 quilos (kg), 12 kg podem ser perdidos com a praga.
Ação da praga
A ação da praga é bem peculiar. De acordo com o Consórcio Pesquisa Café, desenvolvido pela Embrapa Café, a broca do café é um besouro de pequeno porte de cor escura brilhante, cuja fêmea, quando fecundada, perfura o fruto do café e faz uma galeria no seu interior para postura de ovos, dos quais surgem as larvas que se alimentam das sementes (grãos de café). Os principais danos causados pela praga, em geral, são a queda prematura dos frutos nos estágios de chumbinho e, ainda, a redução do peso dos grãos, o que causa perda de produtividade.
Safra
Na safra 2024 (alta bienalidade), a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), estima uma produção de 58,81 milhões de sacas beneficiadas das variedades arábica e conilon, volume 6,8% ou 3,74 milhões de sacas acima da safra colhida em 2023. Essa produção é 15,5% ou 7,89 milhões de sacas superior às 50,92 milhões de sacas colhidas em 2022, ano de bienalidade positiva na maioria das regiões produtivas no Brasil.
