Produto vinha com tendência de alta no campo desde o final do ano passado.
A oferta de leite aumentou 4,6% no mês passado, em relação a junho. Todas as regiões pesquisadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) tiveram crescimento na produção. Minas Gerais e Rio Grande do Sul foram os destaques.
Os mineiros colocaram 8% a mais de leite no mercado, enquanto os gaúchos aumentaram a oferta do produto em 4,7%. Santa Catarina ocupou o terceiro posto, com alta de 4,1% na produção.
Com o aumento da oferta, os preços pagos aos produtores em julho interromperam a tendência de alta que vinham registrando desde novembro do ano passado. Houve queda de 1,5%, na média nacional, e o litro recuou para R$ 2,72.
Apesar da queda, o preço dessa proteína ainda acumula alta de 30% em relação aos valores do início deste ano. Quando considerada a média de janeiro a julho de 2024, em comparação a igual período de 2023, porém, os preços deste ano têm perda real de 11,5%.
Devido aos recentes aumentos de preços do produto no campo, a margem bruta dos produtores subiu e está em R$ 0,85 por litro.
Natália Grigol, do Cepea, diz que as indústrias lácteas estão com dificuldades em obter margens nas vendas, o que poderá provocar novas quedas dos preços recebidos pelo produtor no terceiro trimestre deste ano.
A média nacional do valor do leite do Cepea é formada pela coleta de preços em sete estados. Minas Gerais obtêm o maior valor por litro, atingindo R$ 2,81, e a Bahia, o menor, cotado a R$ 2,32 em julho.
Os preços do leite começam a pesar menos no bolso do consumidor. Na terceira quadrissemana de agosto, o leite longa vida teve queda de 1,3% nos supermercados de São Paulo, tendência que deverá continuar nas próximas semanas.
Nos sete primeiros meses do ano, no entanto, o consumidor paulistano pagou 25% a mais pelo produto, conforme pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) (Folha)