Rally da Safra irá avaliar condições das áreas após seca em março e abril
As duas últimas equipes de campo do Rally da Safra 2024 estarão no Oeste do Paraná a partir do dia 19 de junho para avaliar lavouras de milho segunda safra. A primeira virá de Ponta Porã (MS) para a região de Guaíra, seguindo depois até as regiões de Toledo e Campo Mourão. Já a segunda equipe deixará Naviraí (MS) sentido Assis Chateaubriand (PR), percorrendo, na sequência, as regiões de Goioerê e Campo Mourão. Os trabalhos serão finalizados em Maringá no dia 22. A expedição técnica já visitou, na etapa milho, as regiões Sudeste, Leste, Médio-Norte e Oeste do Mato Grosso, Norte do Mato Grosso do Sul e Sudoeste de Goiás.
Com a redução de área total no Brasil e condições climáticas irregulares no Paraná e Mato Grosso do Sul, a Agroconsult, organizadora da expedição técnica, estima um volume de 96,7 milhões de toneladas na produção brasileira de milho segunda safra – 10,5% abaixo da temporada passada – com produtividade de 98,8 sacas por hectare (7% menor que na safra 2022/2023).
Apesar de terem implantado as lavouras em calendário muito mais favorável do que na safra anterior, Paraná e Mato Grosso do Sul registram perdas decorrentes do clima seco ao longo dos meses de março e abril. “O cenário do Mato Grosso do Sul, sem dúvida, é o mais preocupante. Toda a região Sul do estado foi afetada pela estiagem que trouxe danos irreversíveis”, explica André Debastiani, coordenador do Rally.
Mesmo sendo uma safra menor, há bom potencial de produtividade no Mato Grosso e Goiás, o que irá compensar parte da quebra nos outros dois estados, aponta Debastiani. A expectativa inicial de um calendário ruim para implantação da segunda safra não se concretizou. O encurtamento do ciclo da soja abriu uma janela muito favorável para o plantio do milho nas principais regiões produtoras.
Área plantada
No início do ano, diante dos altos custos de produção e preços em queda, a Agroconsult considerou o contexto econômico para reduzir a estimativa de área plantada no país em cerca de 1 milhão de hectares. Já em maio, a estimativa acabou sendo ampliada para 16,3 milhões de hectares (redução de 3,8% ou 662 mil hectares sobre 2022/23). “O cenário econômico continua desafiador, porém o calendário de plantio acabou sendo benéfico e impulsionou o plantio”, diz.
Há diferenças regionais importantes: Mato Grosso (com queda de 5,5% na área) e Goiás (com diminuição de 11,4%) tinham indicação de redução muito maior de área plantada, o que não aconteceu. Já o Paraná teve uma redução de área na safra 2022/23, mas, em 2023/24, a área cresceu 10,9% diante do bom calendário.
Calibrar a estimativa de produtividade de cada estado diante do clima, da janela de plantio e do investimento realizado em cada lavoura é a missão das equipes do Rally. As estimativas pré-Rally apontam para queda de produtividade em todos os estados, com destaques positivos para o Mato Grosso – projeção de 118 sacas por hectare (120,1 em 2022/2023) – e Goiás, com 112 sacas/hectare (119 sacas/ha na safra passada). Já os destaques negativos são o Mato Grosso do Sul, com 68 sacas por hectare (97,5 na safra passada), Paraná com 90 sacas/hectare (98 na safra anterior), e São Paulo, com 77 (89 na última temporada).
O Rally da Safra está em sua 21ª edição e conta com o patrocínio do Santander, OCP Brasil, BASF, Credenz, Soytech, Biotrop, Serasa Experian e JDT Seguros. Até o dia 22 de junho, os técnicos estarão em campo realizando o levantamento nas lavouras de milho segunda safra.
Em sua etapa para avaliação de soja, o Rally da Safra percorreu, desde janeiro, 15 estados (MT, RO, GO, MG, MS, PR, SC, SP, RS, MA, PI, TO, BA, PA e DF) durante as fases de desenvolvimento das lavouras e de colheita. As áreas visitadas respondem por 97% da área de produção de soja e 72% da área de milho.