Cenário política mexe com humor dos investidores após Flávio Bolsonaro afirmar que sua candidatura é “irreversível”
O mercado financeiro brasileiro reagiu negativamente após declarações de Flávio Bolsonaro sobre sua candidatura para as eleições presidenciais de 2026.
De acordo com Rita Mundim, comentarista de economia da CNN Brasil, o cenário reflete principalmente preocupações fiscais, sobretudo com a manutenção do modelo atual emprego pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O resumo da ópera é sempre um: é o fiscal. Essa possibilidade da manutenção desse modelo de excesso de gastos, de falta de ajuste nas contas públicas, isso dá medo para frente”, explicou.
A especialista destacou que os juros futuros, que estavam em momento de otimismo no final de novembro e início de dezembro, com taxas abaixo de 12% para os contratos de janeiro de 2027, 2028, 2029 e 2030, agora estão todos acima de 13%.
O contrato mais longo, para 2030, chegou a quase 14%. “Isso mostra essa necessidade da manutenção da Selic, da política monetária restritiva, por causa de um governo gastador que se endivida”, afirmou.
Impacto nas empresas e na economia
O nervosismo do mercado se refletiu principalmente nas ações de empresas cíclicas e bancos, que foram os destaques de queda do dia. “O preço do dinheiro vai ficar mais caro e com o dinheiro mais caro o crédito fica mais difícil e ainda a inadimplência cresce”, apontou.
Além disso, a queda do petróleo no mercado internacional e a desvalorização do minério de ferro contribuíram para pressionar as ações da Petrobras e da Vale, respectivamente. Estas companhias, com os bancos, haviam sido as principais responsáveis pelos recordes recentes do Ibovespa.
A comentarista também manifestou preocupação com a concentração do mercado acionário brasileiro, que segundo ela não reflete o tamanho da economia do país.
“O volume da nossa bolsa não reflete o tamanho do nosso país e não reflete a potência que nós somos em termos de economia”.
Perspectivas para 2025 e 2026
Sobre as perspectivas para o próximo ano, Rita citou um relatório do JP Morgan que prevê um mercado “binário” para o Brasil em 2025.
“Ou muito eufórico ou muito deprimido”, disse.
De acordo com a análise, se as eleições caminharem para um desfecho de um governo mais liberal, poderia haver “uma explosão de compradores do Brasil antecipando o resultado eleitoral”.
A especialista ressaltou que o maior problema estrutural do Brasil desde a redemocratização são as contas públicas.
“É um país mostrar para o seu cidadão e para os seus credores que ele faz bom uso do dinheiro dos pagadores de impostos e que ele entrega um país com segurança jurídica e com uma carga tributária justa”, concluiu (CNN Brasil)





