Mesmo com tarifaço, balança do agronegócio mantém ritmo recorde

  • Sozinhos, cinco principais produtos de exportação já somam US$ 105 bilhões no ano
  • Soja mantém a liderança, com US$ 42 bilhões, seguida de carnes e café

Mesmo com o tarifaço imposto a boa parte dos produtos do agronegócio brasileiro pelo governo de Donald Trump, a balança comercial do setor caminha para novo recorde. Os cinco principais itens da balança atingiram receitas de US$ 105 bilhões de janeiro a novembro, 3,3% a mais do que em igual período de 2024.

Líder nas exportações do setor, a soja teve expansão de 7% no volume comercializado, que subiu para 104 milhões de toneladas até o mês passado. Apesar de vendas maiores, as receitas ficaram estáveis em US$ 42 bilhões. Isso ocorreu devido à queda média de 8% nos preços internacionais neste ano.

As carnes trouxeram US$ 27 bilhões para o país até o mês passado, com aumento de 21% sobre o ano anterior. Essa evolução ocorreu mesmo com barreiras externas colocadas sobre a carne bovina e a de frango.

Os Estados Unidos, país que é o segundo maior importador de carne bovina, impuseram pesada taxa à carne bovina nacional. Já a China e União Europeia interromperam as compras de carne de frango depois da ocorrência do primeiro caso de gripe aviária no Brasil. Os americanos já eliminaram as taxas extras colocadas neste ano, mas mantêm as que o produto tinha anteriormente. Chineses e europeus voltaram a comprar a carne de frango brasileira.

O café, outro produto que sofreu tarifaço dos Estados Unidos, ganha espaço na balança do agronegócio. O volume das exportações recuou 19%, mas, devido aos preços elevados no mercado internacional, o setor já trouxe US$ 13,4 bilhões de receitas para o país neste ano, 29% a mais do que em 2024.

O açúcar, após a boa evolução do ano anterior, perdeu força neste. Além de o país colocar menos produto no mercado externo, os preços recuaram 13%. Segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as receitas de janeiro a novembro caíram para US$ 13 bilhões, 25% a menos do que em igual período do ano passado.

Celulose é o quinto principal item da balança neste ano. O volume das exportações aumentou, mas a queda média dos preços de 14% nas negociações internacionais fez as receitas recuarem para US$ 9,4 bilhões, 3% a menos.

A balança do agronegócio, incluindo os produtos processados oriundos de matéria-prima do setor, já soma US$ 155 bilhões, e o valor deve ficar próximo dos US$ 170 bilhões neste ano.

ENTREGA DE FERTILIZANTES AUMENTA 9% NO ANO

A entrega de fertilizantes para os produtores atingiu 35,9 milhões de toneladas de janeiro a setembro deste ano, 9,3% a mais do que em igual período do ano passado. Os dados são da Anda (Associação Nacional para a Difusão de Adubos), que apurou um volume de entregas de 5,38 milhões em setembro, 11,3% mais do que no mesmo mês de 2024.

Produtores de Mato Grosso, principal estado produtor de grãos do país, lideraram as compras do insumo, adquirindo 8,1 milhões de toneladas no ano, 22,5% das vendas nacionais. Paraná, com 4,5 milhões, e São Paulo, com 3,7 milhões, vieram a seguir.

A produção nacional de fertilizantes intermediários somou 5,6 milhões de toneladas neste ano, com avanço de 6,6% sobre igual período de 2024, segundo os dados da Anda. Já as importações subiram para 31,5 milhões de toneladas, 8,4% a mais do que em 2024.

O principal ponto de entrada foi o porto de Paranaguá, por onde passaram 8 milhões de toneladas nos nove primeiros meses do ano, 9.9% a mais do que de janeiro a setembro de 2024 (Folha)

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