Com o preço da arroba em destaque no mercado brasileiro e o país consolidando-se como um dos maiores exportadores de carne do mundo, o cenário da pecuária é de otimismo. No entanto, pecuaristas enfrentam um desafio silencioso que pode comprometer esse desempenho: o avanço de pragas que compromete a qualidade das pastagens e o ganho de peso dos animais. Entre os principais inimigos estão a cigarrinha-das-pastagens e o carrapato-do-boi, que juntos causam prejuízos bilionários e exigem estratégias de manejo integrado.
A cigarrinha-das-pastagens é capaz de devastar áreas inteiras de capim, reduzindo o valor nutritivo da forragem. Estudos indicam que, em áreas infestadas, esse inseto pode reduzir a disponibilidade de biomassa em até 70%. Menor disponibilidade de forragem resulta em rebanhos com desempenho inferior, causando quedas de produtividade de carne bovina de até 74%.
“A cigarrinha tem nos deixado extremamente preocupados, porque, ano após ano, a infestação vem aumentando. Não imaginava que pudesse chegar a essa proporção e, consecutivamente, estamos enfrentando uma verdadeira avalanche de infestação, muito acima de qualquer outra época. Nunca vi nada igual”, relata o pecuarista, Henrique Prata.
De acordo com o engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Regional da IHARA, Gustavo Corsini, o controle da cigarrinha precisa ser avaliado constantemente. “É uma praga que o pecuarista não pode subestimar. O monitoramento constante das pastagens e o uso de soluções eficazes são fundamentais para evitar quedas de produtividade e manter o desempenho dos animais”, alerta Corsini.
Cigarrinha-das-pastagens: o inimigo sob as folhas
Nas pastagens, especialmente após as chuvas, as cigarrinhas encontram condições ideais para a proliferação. Esse inseto sugador, ao atacar gramíneas forrageiras, injeta toxinas que bloqueiam os vasos da planta, provocando amarelecimento, seca das folhas e queda na produção de biomassa e matéria seca. “Na época das chuvas, o pasto deveria estar bem verde, e quando você vê o que aconteceu com a infestação da cigarrinha, os pastos secando justamente nesse período, a decepção é enorme”, afirma Prata.
Isso significa menor disponibilidade de forragem para o gado em fase de engorda, maior necessidade de suplementação, menor ganho de peso e menor lotação possível por hectare. O manejo da cigarrinha, além do monitoramento constante, demanda uso de espécies forrageiras tolerantes, diversificação da pastagem, rotação de piquetes e aplicação de defensivos agrícolas.
O pecuarista José Uilson Freire também destaca a importância do manejo:
“Quando me falaram sobre a alta pressão da cigarrinha, eu não acreditei. Vi ali o meu pasto, e todo o investimento em sementes e adubação sendo jogados fora. Depois da visita técnica da IHARA e da aplicação dos inseticidas, fiquei muito feliz, porque o problema foi resolvido.”, relata Freire.
Carrapato-do-boi: controle ambiental é a chave para quebrar o ciclo da praga
Se a cigarrinha compromete a alimentação do rebanho, o carrapato-do-boi ataca diretamente os animais. Presente em praticamente todo o território nacional, esse parasita causa prejuízos estimados em R$ 15 bilhões por ano à pecuária brasileira. As infestações podem levar à perda de até 1,7 milhão de toneladas de carne bovina anualmente, o equivalente a cerca de 15% da produção nacional. Cada fêmea pode colocar até três mil ovos no solo, e cerca de 80% da população total de carrapatos permanece nas pastagens, fora do animal. O resultado são infestações recorrentes e comprometimento do desempenho dos rebanhos. Cada carrapato provoca a redução de até 1 grama de peso no animal e na pecuária leiteira chega a diminuir até 9mL da produção de leite por dia. Isso tudo ocasiona ainda aumento nos custos com medicamentos e tratamentos veterinários.
Além de reduzir o ganho de peso e a produção de leite, o parasita também transmite doenças como a Tristeza Parasitária Bovina, comprometendo a saúde do rebanho. “O carrapato passa 95% do seu ciclo fora do animal, o que evidencia a importância do manejo integrado, indo além dos métodos tradicionais focados apenas no tratamento direto dos bovinos. Por isso, o controle ambiental é fundamental para interromper esse ciclo invisível que se perpetua nas propriedades rurais”, explica o gerente de Marketing Regional da IHARA.
“O futuro da pecuária passa por um manejo cada vez mais técnico e sustentável. Ao investir em novas tecnologias, o pecuarista tem um aliado de alta performance, capaz de reduzir perdas e melhorar os índices zootécnicos dos rebanhos. Nesse contexto, a IHARA reafirma seu compromisso com a pecuária brasileira, oferecendo soluções que aliam eficiência, segurança e rentabilidade”, conclui Corsini.






