França exige cláusulas de salvaguarda antes de assinar acordo com Mercosul

Agricultores e pecuaristas franceses temem que seu mercado seja inundado por carne, açúcar e arroz de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai; Comissão Europeia anunciou ‘medidas de salvaguarda’ em setembro

O ministro francês para Assuntos Europeus, Benjamin Haddad, alertou, em entrevista neste domingo, 2, que a França não assinará o acordo comercial com os países do Mercosul sem a cláusula de salvaguarda prometida por Bruxelas para proteger seus agricultores.

A Comissão Europeia anunciou “medidas de salvaguarda” em setembro, na esperança de obter a aprovação da França.

Os agricultores e pecuaristas franceses temem que seu mercado seja inundado por carne, açúcar e arroz de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, em virtude do acordo entre a União Europeia e o Mercosul.

“Queremos que essa cláusula seja adotada e reconhecida pelos países do Mercosul antes da assinatura de qualquer acordo”, declarou Benjamin Haddad em entrevista ao Journal du Dimanche (JDD).

Ele também explicou que a França está “avaliando” se as garantias “protegeriam efetivamente o setor agrícola de perturbações no mercado”.

Segundo o ministro, o principal objetivo de seu governo é defender os agricultores “da concorrência desleal”.

Bruxelas espera obter a aprovação dos Estados europeus antes do final de dezembro, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocupa a presidência rotativa do Mercosul.

O acordo foi assinado no final de 2024. Foi adotado pela Comissão Europeia em 3 de setembro de 2025 e ainda precisa ser ratificado pelos 27 Estados-membros da UE para entrar em vigor.

O acordo visa permitir que a UE exporte mais carros, máquinas e bebidas alcoólicas para Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Em troca, facilitaria a entrada de carne, açúcar, arroz, mel e soja da América Latina, com o risco de enfraquecer alguns setores agrícolas europeus.

Para apaziguar os países mais relutantes, como a França, a Comissão propôs, em setembro, cláusulas de salvaguarda “reforçadas” para o caso de um aumento acentuado das importações ou uma queda nos preços, juntamente com um “monitoramento reforçado” de “produtos sensíveis”.

A França também solicita um mecanismo para o reforço dos controles sanitários (AFP)

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