A gripe aviária está se espalhando rapidamente na Europa, com o maior número de países em pelo menos uma década relatando surtos iniciais, levantando preocupações sobre uma repetição de crises passadas que levaram ao abate de dezenas de milhões de aves e ao aumento dos preços dos alimentos.
A doença, disseminada principalmente pela migração de aves selvagens, causou 56 surtos em dez países da UE e no Reino Unido de agosto a outubro, principalmente na Polônia —o maior produtor de aves da UE—, Espanha e Alemanha, informou a ESA, órgão de vigilância da saúde animal da França.
Essa é a primeira vez que a doença se espalha para dez países tão cedo na temporada em pelo menos uma década, embora o número total de surtos permaneça menor do que em 2022, quando o bloco registrou a pior crise de gripe aviária da história. “Todos esses casos na Europa mostram que o vírus está longe de desaparecer”, afirmou Yann Nedelec, diretor do grupo francês da indústria avícola Anvol.
Desde o último relatório da ESA, a Bélgica e a Eslováquia relataram nesta semana seus primeiros casos de gripe aviária da temporada, informou a Organização Mundial de Saúde Animal na quarta-feira (22). O risco da gripe aviária para os seres humanos permanece baixo, com a maioria das pessoas sendo infectadas por contato com animais infectados. Mas o vírus precisa ser monitorado à medida que se espalha cada vez mais para os mamíferos, diz a OMS (Organização Mundial da Saúde).
A gripe aviária também atingiu os EUA e a Ásia. Mais de 180 milhões de aves foram abatidas anteriormente nos EUA, afetando os preços dos ovos e infectando vacas leiteiras e pessoas. O Brasil, o maior exportador de carne de aves do mundo, enfrentou um surto, mas agora está livre da gripe aviária. O Japão relatou seu primeiro caso da temporada nesta semana (Reuters)





