Cerca de 90 especialistas vão a campo, entre 25 de outubro e 1º de novembro, para um estudo detalhado dos solos baianos. A XVI Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos (XVI RCC), com tema “O que é que a Bahia tem?”, percorrerá cerca de 1.100 km do norte ao litoral do estado, passando pelas cidades de Juazeiro, Senhor do Bonfim, Morro do Chapéu, Feira de Santana, Santo Amaro e Salvador.
A excursão técnica para o exame de 16 perfis de solo tem início no dia seguinte à solenidade de abertura do evento, marcada para a noite de sábado (25/10), em Juazeiro. A plenária de encerramento da XVI RCC está programada para a manhã do sábado seguinte (01/11), na cidade de Salvador.
Os especialistas visitarão ambientes distintos, propiciando uma análise integrada entre solos e paisagens do Vale do São Francisco, da Chapada Diamantina, do Platô de Irecê, do Pediplano Sertanejo, dos Tabuleiros Interioranos e dos Tabuleiros do Recôncavo da Bahia. As RCCs são eventos técnico-científicos periódicos cujo principal objetivo é contribuir para o aprimoramento do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), além de estimular o desenvolvimento de pesquisas em solos e promover o intercâmbio entre pesquisadores, professores e outros profissionais de áreas correlatas, ampliando os canais de cooperação científica e divulgação da Ciência do Solo no País.
“A XVI RCC vai proporcionar uma imersão em variados ambientes pedológicos, ajudando a ampliar a compreensão das características morfológicas, químicas e físicas dos solos de diversas regiões da Bahia e a relação desses solos com as práticas agrícolas e os ecossistemas de cada localidade. Com os estudos será possível entender melhor as potencialidades e as vulnerabilidades dos solos baianos”, explica José Francisco Lumbreras, pesquisador da Embrapa Solos.
A XVI RCC é promovida pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) e organizada pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e pelo Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com Embrapa Solos, Instituto Federal Baiano (IF Baiano-Santa Inês), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).
PronaSolos
A XVI RCC recebeu apoio financeiro do Projeto PronaSolos MCTI/Finep, que está estabelecendo uma rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para ampliar a capacidade nacional em assuntos relacionados aos recursos naturais solo, água e biodiversidade.
Financiado pela Finep/MCTI, no âmbito do CT-Agro, o projeto está estabelecendo as bases estruturantes e consolidando equipes que atuarão na execução do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos), coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, que resultará no mapeamento de todo o território nacional até 2048 em escalas iguais ou mais detalhadas que 1:100.000.
“Desde o início do projeto estamos apoiando várias questões de base da pedologia e da Ciência do Solo nacional. Já havíamos dado suporte ao desenvolvimento do guia de campo da XIV RCC, realizada em Goiás e Tocantins em 2022, e apoiado fortemente a realização da XV RCC, no Amazonas e no Pará em 2024, como estamos fazendo agora com a RCC da Bahia. É a primeira vez que o Brasil realiza RCCs em dois anos consecutivos. Essas reuniões são fundamentais para as atualizações do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, cuja sexta edição foi lançada em julho deste ano, também com nosso apoio”, explica Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, pesquisadora da Embrapa Solos e líder do projeto Pronasolos MCTI/Finep.




