Embrapa participa do 39º Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, em São Luís (MA)

A Embrapa marca presença no 39º Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, que acontece de 21 a 27 de setembro, no Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão, em São Luís (MA), com o tema “Uso do solo e as mudanças climáticas”. O tradicional evento científico, realizado bianualmente pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), reúne especialistas de todo o país e do exterior – confira programação completa.

Ana Euler, diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia da Embrapa, participa de uma mesa redonda, na segunda-feira (22/9), a partir das 13h30, discutindo tecnologias e inovações para a resiliência climática e a segurança do solo e dos alimentos nos biomas brasileiros.

O estande da Embrapa no congresso destaca tecnologias e projetos e ressalta a importância estratégica do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos), coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e que envolve dezenas de instituições parceiras com a missão mapear os solos de 8,2 milhões de km² do território nacional até 2048, em escalas que vão de 1:25.000 a 1:100.000, que permitem aplicações em âmbitos municipal e local.

“Temos a responsabilidade de deixar, em nome de nossa geração e das gerações passadas de pedólogos do Brasil, o caminho pavimentado e estruturado para o PronaSolos, um programa que vai durar 30 anos e que será continuado pelas novas gerações”, explica Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, pesquisadora da Embrapa Solos e líder do Projeto PronaSolos MCTI/Finep, que está estabelecendo uma rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para ampliar a capacidade nacional em assuntos relacionados aos recursos naturais solo, água e biodiversidade.

Lançamento de publicações

Na quarta-feira (24/9), a partir das 15h30, no estande da Embrapa, os pesquisadores José Francisco Lumbreras e Maurício Rizatto, da Embrapa Solos, comandam o lançamento do “Guia de Campo da XV Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos – RCC das Várzeas do Médio Rio Amazonas e Entorno”. A expedição percorreu, entre 19 e 25 de outubro de 2024, cerca de 1.400 km de oeste para leste dos estados do Amazonas e do Pará, partindo da cidade de Manaus (AM), antes da confluência dos Rios Negro e Solimões, e chegando em Santarém (PA), com itinerário por terra e água ao longo do Rio Amazonas, de montante para jusante.

“O foco de estudo da XV RCC foi a planície aluvionar do Rio Amazonas e a caracterização dos 16 perfis de solos em sua ambiência, e as pesquisas relacionadas a esses estudos são detalhadas nos 29 capítulos desse Guia de Campo”, informa Lumbreras.

Na ocasião, os pesquisadores também apresentam a recém-lançada 6ª edição do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), que consolida o avanço do conhecimento dos solos brasileiros adquirido por meio de diversos estudos realizados nos últimos sete anos pela comunidade pedológica nacional. A publicação está disponível para download gratuito no portal da Embrapa, e seu exemplar impresso, em brochura ou espiral, pode ser adquirido na modalidade impressão sob demanda, oferecida por uma empresa parceira, com uma promoção especial durante o evento. 

Pesquisas no Matopiba

Pesquisadores da Embrapa irão mostrar ao longo do congresso resultados de pesquisas com foco no uso e manejo sustentável do recurso natural solo desenvolvidas no território do Matopiba, região de expansão agropecuária formada pelos estados do Tocantins e partes do Maranhão, Piauí e Bahia.

Henrique Antunes de Souza, pesquisador da Embrapa Meio-Norte, fala sobre ciclagem de nutrientes e dinâmica da matéria orgânica do solo em sistemas de produção agropecuários sustentáveis no Matopiba, em uma mesa redonda na tarde de terça-feira (23/9). “Vamos abordar técnicas e tecnologias que podem ser utilizadas junto ao sistema de produção, principalmente de grãos e forrageiras, como integração lavoura-pecuária, integração lavoura-pecuária-floresta, consorciação e sucessão de culturas, todas já customizadas para o Matopiba”, ressalta.

Na quarta-feira (24/9), a partir das 16h, a pesquisadora Rachel Bardy Prado coordena a sessão técnica “Serviços ecossistêmicos do solo: saindo da invisibilidade”, que apresenta dez trabalhos com resultados de pesquisa relacionados ao projeto Serviços ecossistêmicos do solo sob intensificação sustentável da agricultura: em busca de mapeamento e monitoramento inovadores em múltiplas escalas (SOIL-ES), cuja área de estudo brasileira é o Matopiba, com participação da Embrapa Solos, Embrapa Territorial e Embrapa Maranhão, além de resultados de estudos desenvolvidos na mesma temática por pesquisadores e alunos da Universidade Estadual do Piauí, Universidade Federal do Maranhão, Universidade do Estado da Bahia, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal de Uberlândia e Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Já o pesquisador João Henrique Zonta, da Embrapa Algodão e lotado na Embrapa Maranhão, apresenta trabalho sobre serviço ecossistêmico de controle de erosão, que avalia o efeito de sistemas de manejo intensificados na região do Matopiba, em Balsas (MA) e Tasso Fragoso (MA), em lavouras de soja/pousio, soja com cobertura de milheto e soja pousio/sem adubação, em Latossolos Vermelho-Amarelos de textura média, tendo o Cerrado como referência. “Quanto mais sustentável o manejo agrícola, maior é o controle da erosão hídrica. E o maior controle de erosão foi obtido onde o milheto foi cultivado como cultura de cobertura do solo após o cultivo da soja”, relata.

Intensificação, bioinsumos, black soils, sequestro de carbono e fertilizantes

Pesquisadores da Embrapa também participam de workshops, conferências e mesas redondas para debater outros temas importantes para a Ciência do Solo. Na segunda-feira (22/09), a partir das 17h, Flávia Cristina dos Santos, da Embrapa Milho e Sorgo, fala de estratégias para a intensificação de uma agricultura sustentável em workshop sobre “Desafios e soluções na correção de solos”.

Na terça-feira (23/09), a partir das 9h, em conferência no Centro de Convenções, a pesquisadora Ieda Mendes, da Embrapa Cerrados, profere palestra cujo tema é “solo saudável: um bioinsumo natural?”. Segundo ela, a ideia principal é provocar a audiência a refletir sobre por que o solo saudável pode ser considerado um poderoso bioinsumo natural disponível ao agricultor. “Diferente de um bioinsumo externo, comprado em ‘prateleiras’, o solo saudável é uma biofábrica viva, capaz de produzir continuamente serviços ecossistêmicos essenciais: ciclagem de nutrientes, armazenamento de água, sequestro de carbono, degradação de pesticidas e aumento da resiliência das plantas frente a estresses climáticos”, completa.

Também na terça (23/09), a partir das 13h30, Admir Fontana, da Embrapa Gado de Corte, participa de mesa redonda sobre black soils falando sobre a Rede Internacional FAO/ITPS de estudos de solos escuros, com alto teor de matéria orgânica e nutrientes. “A rede serve como uma ponte para compartilhamento de conhecimento e cooperação técnica. No Brasil, desenvolvemos algumas pesquisas dentro desse consórcio, tendo em vista que os solos escuros representam 1,05% dos solos brasileiros”, explica Fontana, representante do Brasil na Rede entre 2018 e 2022. 

“Sequestro de carbono e dinâmica da matéria orgânica do solo em ILPF” será o tema da palestra de Alberto Carlos de Campos Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste, durante mesa redonda sobre mecanismos de sequestro e estabilização de carbono em solos tropicais e subtropicais, na quinta-feira (25/9), às 13h30. “Mostraremos como os solos sob sistemas ILPF têm o potencial de acumular carbono e de aumentar a quantidade e estabilidade da matéria orgânica, contribuindo na mitigação das emissões de gases causadores do efeito estufa na agricultura”, afirma.

Vinicius Benites, da Embrapa Solos, participa também na quinta (25/9) à tarde de mesa redonda sobre corretivos e fertilizantes, mostrando recentes avanços sobre a eficiência e mecanismos de ação de fertilizantes organominerais. “Tratam-se de uma ferramenta estratégica para o aproveitamento eficiente de nutrientes presentes em resíduos animais, transformando um passivo ambiental em um recurso valioso para a agricultura. Ao combinar matéria orgânica de dejetos animais com minerais, obtém-se um fertilizante de alta concentração e elevado valor agregado”, destaca Benites.

Já o pesquisador Carlos Freitas, da Embrapa Maranhão, apresenta trabalho sobre modelagem de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária no bioma Cerrado, na sessão de pôsteres. A pesquisa avaliou o uso do modelo Manure-DNDC na simulação de sistemas de ILP para calcular a produção de carne, as emissões de metano e os estoques de carbono no solo.

 Outros trabalhos nas sessões de pôsteres e sessões técnicas

Controle de erosão em áreas de intensificação agrícola no Maranhão

Autores: Guilherme Kangussu Donagemma, Alexandre Ortega Gonçalves, Joyce Guimarães Monteiro – Embrapa Solos; João Henrique Zonta – Embrapa Algodão; Dirceu Klepker – Embrapa Maranhão

 Modelagem de serviço ecossistêmico do solo em nível de bacia hidrográfica: desafios e oportunidades.

Autores: Lauro Rodrigues Nogueira Junior, Hilton Luis Ferraz da Silveira, Ângelo Mansur Mendes, André Luiz dos Santos Furtado – Embrapa Territorial, Vinicius Morales da Silva – Bolsista e Rachel Bardy Prado – Embrapa Solos.

Indicadores para zoneamento de serviços ecossistêmicos do solo: estudo de caso no Matopiba

Autores: Rachel Bardy Prado, Elaine Cristina Cardoso Fidalgo, José Francisco Lumbreras, Amaury Carvalho Filho, Aline Pacobahyba de Oliveira, Joyce Maria Guimarães Monteiro, Ana Paula Dias Turetta – Embrapa Solos.

Monitoramento da intensificação sustentável do uso do solo na região do Matopiba

Autores: Margareth Simões – Embrapa Solos e Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rodrigo P. Demonte Ferraz – Embrapa Solos, Patrick Calvano Kuchler – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Luan Porto Vieira e Sofia Martins Lage – Bolsista do Projeto GeoABC+

 Confira aqui a programação completa das sessões.

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