Demanda por Ciclo Otto deve registrar recorde de 60,9 mi de m³, com gasolina C no maior nível da série

Para o segundo semestre, é projetado um volume maior de vendas de combustíveis leves comparado ao início do ano

As vendas de Ciclo Otto (gasolina C + etanol hidratado) devem atingir novo recorde até o final de 2025 de acordo com a StoneX, empresa global de serviços financeiros. A perspectiva é que a demanda atinja 60,9 milhões de m³, aumento de 1,9% em relação ao ano passado. Esta perspectiva vem ancorada em um cenário de melhora na projeção de consumo das famílias pelo Banco Central (revisada positivamente para +2,1% a.a em 2025) e do PIB (situado em 2,2% nas últimas semanas no Boletim Focus).

Além disso, segundo a analista de Inteligência de Mercado, Isabela Garcia, as vendas de Ciclo Otto totalizaram 29,5 milhões m³ no primeiro semestre de 2025, o melhor resultado da série no primeiro semestre, elevação de 2% em relação à primeira metade de 2024.

“Para o segundo semestre, a expectativa é de um cenário de manutenção desse crescimento, com algumas condições restringindo um aumento mais expressivo das vendas frente a 2024. Porém, ainda assim, projeta-se um volume maior de vendas em comparação ao início do ano”, aponta Isabela.

Números por região

No primeiro semestre de 2025, o consumo de combustíveis leves no Brasil cresceu acima da média nacional na região Centro-Sul, com avanço de 2,2% e vendas de 22,38 milhões de m³. Para o ano, a StoneX projeta expansão de 2%, alcançando 45,9 milhões de m³.

Nas regiões Norte e Nordeste, as vendas aumentaram 1,4% no semestre, para 7,17 milhões de m³, e devem encerrar 2025 com alta de 1,9%, somando 14,9 milhões de m³.

Na participação do etanol hidratado foi registrada uma queda, ficando em 25% em média, contra os 26,1% registrados no mesmo período do ano passado. Com a consolidação do E30, a expectativa é de recuo adicional para 23,3% no ano, reforçando o consumo de gasolina C.

Alta de 3,6% nas vendas de gasolina C

De acordo com a StoneX, entre janeiro e junho, as vendas de gasolina C somaram 22,17 milhões de m³, uma alta de 3,6% frente ao mesmo período do ano passado. Segundo Isabela, a maior paridade entre etanol hidratado e a gasolina em praças consumidoras relevantes no começo do ano já se mostrou favorável ao combustível fóssil e, mesmo em regiões em que o indicador ficava abaixo de 70% (como o estado de São Paulo), observou-se uma manutenção da preferência sobre a gasolina C entre os consumidores.

Sendo assim, para os próximos meses, a mudança de mistura para o E30 deve contribuir ainda mais para essa tendência. “Diante desse desempenho, a StoneX revisou positivamente suas projeções de consumo de gasolina C para 46,7 milhões m³ (+ 5% a.a), sendo o melhor resultado para o combustível na série”, realça Isabela.

Nesse contexto, mesmo com o aumento da mistura, projeta-se um crescimento da demanda por gasolina A em 3,1% frente 2024. O valor responde ao aumento geral esperado para as vendas de gasolina C, o que favorece essa maior demanda pelo fóssil.

Recuo no consumo de etanol hidratado

O consumo de etanol hidratado vem crescendo aquém do esperado em 2025. Segundo o levantamento da StoneX, ao contrário do ano anterior, a participação do hidratado no Ciclo Otto não tem sido capaz de superar os 30% e, até o final da temporada, a expectativa é de que a valorização dos preços do biocombustível nas bombas reduza ainda mais o consumo.

Conforme explica o analista de Inteligência de Mercado, Rafael Borges, a elevação dos preços do etanol ocorre em meio ao aumento de 27% para 30% na mistura de etanol anidro na gasolina e uma menor produção de etanol de cana.

“O maior desvio da produção etanoleira para o anidro, cuja demanda adicional na temporada supera os 700 mil m³, reduz a disponibilidade do hidratado e tende a elevar os preços – prejudicando a competitividade com a gasolina”, diz o analista.

Nesse contexto, a expectativa é de uma paridade que deve se manter por pelo menos quatro meses ao final da temporada 2025/26, desincentivando o consumo e levando ao share de hidratado estimado em 28%, contra os 30% na safra anterior.

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