Contratos futuros registraram alta superior a 3% nesta quinta-feira novamente impactados por preocupações com a oferta.
Com a colheita de café no Brasil já encerrada, o mercado volta a se deperar com dificuldades para encontrar novas fontes de fornecimento. Nesse cenário de oferta restrita, os preços do café arábica subiram 3,27% na bolsa de Nova York nesta quinta-feira (21/8), com o contrato para dezembro precificado a US$ 3,65 a libra-peso, maior patamar em três meses.
Os preços do café estão pressionados positivamente pelas preocupações com o clima no Brasil. As geadas no início do mês ainda reverberam no mercado, à medida que as perdas calculadas podem reduzir o potencial de produção do Brasil no próximo ano. Segundo projeção da StoneX, o fenômeno teve impacto de 424 mil sacas no Cerrado Mineiro. Um número maior que previsto anteriormente pela Expocacer.
“Essa geada pegou o mercado de surpresa, pois ela não aparecia nos modelos de clima. E as perdas provocadas pelo frio podem ser ainda maiores, mas só dá para confirmar isso após a florada”, destaca Fernando Maximiliano, analista de StoneX.
As notícias sobre a disponibilidade de café também são pessimistas para o ciclo 2025/26, cuja colheita foi concluída recentemente. Sem revelar detalhes, Maximiliano afirmou que a StoneX irá reduzir novamente a previsão de colheita de café brasileira. Em abril, última estimativa da consultoria, a projeção indicava 64,5 milhões de sacas.
“Iremos efetuar um corte na estimativa de produção de uma safra que já era pequena. Então nós temos um cenário de oferta e estoques restritos, geada inesperada, e ainda o tarifaço que estão mantendo os preços do café em patamares elevados”, detalha.
Cacau
O cacau segue pressionado no mercado internacional em meio ao clima favorável que impulsiona as perspectivas para a safra na Costa do Marfim, maior produtor mundial da amêndoa. Os lotes do cacau para dezembro tiveram queda de 2,61%, a US$ 7.650 a tonelada.
Açúcar
O açúcar também se desvalorizou na bolsa de Nova York. Os papéis para outubro recuaram 1,33%, cotados a 16,35 centavos de dólar a libra-peso.
Suco de laranja
Os contratos do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para novembro fecharam em queda de 1,91%, a US$ 2,3825 a libra-peso.
Algodão
Nas negociações do algodão, os lotes para dezembro recuaram 0,27%, com o valor de 67,42 centavos de dólar a libra-peso (Globo Rural)
SEXTA CHAMADA – EDITORIA SOJA
Soja e milho sobem em Chicago após aumento das vendas nos EUA SOJA E MILHO
Oleaginosa também foi impactada por previsões de clima adversas para lavouras americanas.
A soja e o milho tiveram uma sessão de preços mais altos na bolsa de Chicago, após a demanda pelos grãos americanos crescer acima do esperado na última semana. Nesta quinta-feira (21/8), os contratos da soja para setembro avançaram 1,93%, para US$ 10,56 o bushel.
Na semana encerrada em 14 de agosto, as vendas líquidas de soja dos EUA alcançaram 1,14 milhão de toneladas, levemente acima das 1,13 milhão negociadas na semana imediatamente anterior, segundo informações do Departamento de Agricultura americano (USDA). Essa quantidade superou a expectativa dos analistas, que esperavam, no máximo, vendas de 1 milhão de toneladas.
Além do impulso do óleo de soja, que avançou mais de 4% em Chicago, o grão se valorizou nesta quinta em meio a preocupação com o clima em áreas agrícolas americanas, segundo Marco Castelli, diretor comercial da Agrobom.
“A soja nos EUA está em uma fase crítica de desenvolvimento, que é a de enchimento de grãos. E as previsões de clima apontam para falta de umidade e altas temperaturas nos próximos dias. Isso traz um receio com a produtividade da safra, e é por isso que as cotações estão subindo”, disse Castelli.
Milho
Após uma longa jornada de preços mais baixos, o milho se valorizou em Chicago, diante de um aumento expressivo da demanda. Os contratos do cereal com vencimento em dezembro fecharam em alta de 1,92%, a US$ 4,175 o bushel.
Como analistas já vinham relatando à reportagem, as chances de preços mais altos para o milho seriam condicionadas pela procura maior do grão negociado pelos EUA. E foi o que ocorreu nesta quinta-feira. O Departamento de Agricultura americano disse que as vendas líquidas de milho do país da safra 2025/26 alcançaram 2,86 milhões de toneladas na semana encerrada em 14 de agosto. Esse volume superou as 2 milhões negociadas na semana imediatamente anterior e ainda ficou acima da quantidade máxima esperada por analistas para o período, as mesmas 2 milhões de toneladas.
Apesar de os preços esboçarem alguma reação, a tendência é que eles se mantenham no campo negativo em Chicago, com o mercado ainda atento à safra que os EUA deverão colher no ciclo 2025/26.
“Como estamos na boca da safra americana, e a produção recorde deles está praticamente garantida, o preço pode vir ainda mais baixo do que está. Mas pode haver um limite para essa queda, pois como milho e soja tem uma correlação muito forte, se o milho cai muito, há risco de uma migração para as áreas de soja, e então o mercado se auto ajusta para não abrir uma disparidade muito grande”, observa Marco Castelli, da Agrobom.
Trigo
Por mais uma sessão, ajustes técnicos direcionaram a queda nos preços do trigo na bolsa de Chicago. Os papéis para dezembro fecharam em alta de 0,28%, para US$ 5,2975 o bushel (Globo Rural)