Medida aplicada por Donald Trump, aumenta insegurança sobre exportações e pressiona produtores
O anúncio do tarifaço de até 50% sobre produtos brasileiros, feito pelos Estados Unidos nas últimas semanas, provocou reações imediatas em diversos setores do agronegócio. Embora o suco de laranja tenha ficado de fora da lista final, o sinal amarelo está aceso. A tensão comercial evidencia uma vulnerabilidade já conhecida: a dependência do Brasil de mercados externos e a oscilação nos acordos internacionais.
Além das possíveis barreiras tarifárias, os produtores rurais brasileiros ainda convivem com fatores como variação cambial, custos de insumos dolarizados, mudanças climáticas e pragas agrícolas. O cenário não é bom, quem não estiver preparado financeiramente pode ter dificuldades para atravessar o período.
Para Romário Alves, CEO da Sonhagro, rede especializada em crédito rural, o momento é de reforçar a importância da inteligência financeira nas propriedades. “O produtor rural precisa entender que o mercado é cíclico e volátil. Situações como essas mostram que a margem de segurança financeira faz toda a diferença. Quem não tem controle do fluxo de caixa ou acesso a crédito bem estruturado fica mais exposto a qualquer mudança repentina no cenário global”, afirma.
Gestão estratégica como escudo
Segundo dados da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o Brasil pode perder cerca de US$ 5,8 bilhões em vendas para o país americano. Romário destaca que, mais do que acompanhar as notícias, os produtores devem buscar ferramentas que os ajudem a tomar decisões com base em dados e planejamento. “Hoje é possível simular safras, travar custos, antecipar riscos e organizar a parte financeira com a mesma seriedade com que se cuida da produção no campo. Esse é o caminho para proteger o negócio e aproveitar oportunidades mesmo em momentos de crise”, reforça o CEO da Sonhagro.
Com as cadeias produtivas cada vez mais globalizadas, a profissionalização da gestão rural deixou de ser tendência para se tornar necessidade. Em um ambiente onde decisões tomadas em Washington impactam lavouras brasileiras, estar preparado financeiramente não é mais uma vantagem é uma questão de sobrevivência.