Importação de fertilizantes da Rússia pode agravar medidas de Trump

Senadores que viajaram aos EUA para reuniões sobre o tarifaço foram informados que os EUA preparam lei contra quem tem negócios com os russos.

A importação de fertilizantes da Rússia pelo Brasil pode piorar a situação do país diante do governo americano e gerar mais punições econômicas.

O senador Carlos Viana (Podemos), integrante da comitiva de senadores que está em Washington para debater as tarifas dos Estados Unidos ao Brasil, afirmou nesta quarta-feira, 30/7, que o grupo foi alertado por congressistas americanos da aprovação de uma lei para punir quem mantiver negociações com a Rússia.

A medida poderia afetar o Brasil, que faz comércio de fertilizantes com o país. O produto é usado para adubar a terra para agricultura.

“Há outra crise pior que pode nos atingir em 90 dias. Tanto republicanos como democratas foram firmes em dizer que vão criar uma lei para aplicar sanções automáticas para todos os países que negociam com a Rússia. E não será um decreto do presidente da República como foi o tarifaço, será uma lei americana. Os dois partidos apoiarão”, disse Viana em entrevista a jornalistas em Washington.

Para o senador, o recado dos congressistas possibilitará ao Brasil ter tempo de se preparar, diferentemente do que houve com as tarifas, previstas para entrar em vigor na sexta-feira, 1º.

“Temos que trabalhar com antecedência. A política externa brasileira está sendo avisada de que há algo que poderá nos atingir com muito mais força nos próximos 90 dias. Estamos fazendo esse alerta”, afirmou.

Segundo Viana, um senador norte-americano afirmou à comitiva que o Brasil poderá ter a possibilidade de apresentar razões para conseguir manter a compra de fertilizantes sem ferir a lei americana.

A senadora Tereza Cristina (PP), reforçou o alerta sobre o tema. “Esse assunto de compra de petróleo e fertilizantes da Rússia é sensível e será inserido em nosso relatório quando voltarmos ao Brasil. Foi um assunto que ouvimos de parlamentares e da iniciativa privada. Tantos senadores democratas e republicanos com quem conversamos tocaram nesse assunto”, afirmou Tereza Cristina em entrevista a jornalistas em Washington.

Segundo a senadora, os parlamentares americanos “acham que quem compra da Rússia dá munição” para o país continuar com a guerra contra a Ucrânia.

A comitiva de senadores viajou no fim de semana para os Estados Unidos para uma série de reuniões com parlamentares e empresários norte-americanos.

Segundo Esperidião Amin (PP), que também participa da comitiva, nenhum senador “saiu do Brasil achando que ia negociar taxa”, mas para azeitar a relação entre o Congresso dos dois países.

“Anunciar numa carta uma sobretarifa para vigorar em 20 dias é não querer negociação. Estamos aqui para pedir negociação”, disse Esperidião.

Tebet: Brasil não vive sem fertilizantes da Rússia

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nesta quarta que o Brasil depende dos fertilizantes russos.

“Nós não vivemos sem os fertilizantes da Ucrânia e da Rússia. Nós não vivemos sem exportar as nossas commodities e itens da agroindústria, em especial para os países da Ásia. Colocar isso na balança é um complicador e é algo praticamente inegociável”, disse.

A declaração de Tebet foi dada no Seminário de Logística no Brasil, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo. O evento contou também com a participação de outras autoridades, como os ministros Renan Filho, de Transportes, e Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos (Estadão)

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