Ensaios demonstram ganhos com soluções biotecnológicas para tratamento do solo, com altas de até 25,6% na melhoria da qualidade e de até 144% em microrganismos benéficos
Maior produtor e exportador de café e segundo maior mercado consumidor mundial, o Brasil avança a passos largos na cafeicultura com investimentos em tecnologia e inovação. Para garantir a qualidade do grão, reconhecida internacionalmente, é cada vez maior o número de produtores que optam por soluções biotecnológicas em suas lavouras. Além de reduzirem o impacto ambiental, esses produtos contribuem para o aumento da produtividade e, consequentemente, da rentabilidade. “Há várias soluções de biotecnologia disponíveis para cafeicultura, mas primeiro temos que fazer o dever de casa, que começa pelo solo, com o seu preparo físico, químico e biológico, com a finalidade de deixá-lo equilibrado e supressivo”, aponta o engenheiro agrônomo Rubens Botazini, gerente de desenvolvimento de mercado de café da Alltech Crop Science.
No atual estágio, de finalização da colheita do café, muitas áreas de plantio são renovadas. “Quando temos uma base bem feita, um solo equilibrado, com aumento do sistema radicular usando biotecnologias, conseguimos postergar a durabilidade da área de renovação. É o tratamento do solo que faz a diferença”, ressalta o especialista. Ele observa que, com o florescimento, se inicia um novo ciclo da cultura, que exige a aplicação de fungicidas e produtos biotecnológicos para proteção contra doenças e pragas. “Com a renovação da cultura na mesma área de café, é comum a presença de muitos patógenos, que chegam a causar perdas de até 50% do plantio, caso não haja o tratamento adequado do solo”, pontua.
A ciência aponta uma série de ganhos com o uso de soluções biotecnológicas em cafezais. Trabalhos técnicos realizados pela UFES em Eunápolis (BA) em café Conilon, com uso de produtos mostraram incremento de enzimas indicadoras de saúde do solo, desenvolvidas pela Embrapa. O uso da solução biotecnológica resultou em acréscimo de até 25,60% da enzima β-glicosidase em comparação ao controle, o que aponta melhoria da qualidade do solo. Além disso, favoreceu a microbiota natural do solo, com aumentos de 144% na população de Trichoderma sp. e de 8,80% na de Bacillus sp. Ambos os microrganismos atuam no controle biológico de pragas e doenças.
Ensaios realizados pela UNIPAM em Carmo do Paranaíba (MG) revelam que a aplicação do Agro-Mos reduziu em até 66,66% os valores de peroxidação lipídica, o que indica menor estresse fisiológico nas plantas de cafeeiro, além de proporcionar maior vigor no desenvolvimento das plantas e incremento de produtividade de 5 sacas por hectare.
Feira de Negócios Coocafé
Todas as biotecnologias da Alltech Crop Science para a cafeicultura estarão disponíveis aos cooperados da Coocafé na 14ª Feira de Negócios, que acontecerá de 31 de julho a 2 de agosto, na cidade de Lajinha (MG). “É um evento tradicional, em que a cooperativa se prepara antecipadamente para oferecer as melhores condições aos cooperados. “No atual cenário da agricultura, o café, mesmo com uma ligeira queda de preço, ainda é o melhor negócio. Por isso, estamos otimistas com as oportunidades na feira, em função dos resultados produtivos e financeiros que os nossos produtos biotecnológicos entregam e despertam o interesse de muitos agricultores”, diz Botazini.
