Trump diz que poderá conversar com Lula em ‘algum momento’ sobre tarifas, mas ‘não agora’
Em entrevistas ao ‘Estadão’, eles dizem que o melhor que o Brasil pode fazer agora é apostar na diplomacia, não escalar a guerra comercial e olhar para os setores que tendem a ser mais prejudicados.
A tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros colocou em xeque uma relação centenária entre os dois países. Havia uma leitura de que o Brasil não escaparia da tarifa norte-americana, mas ela surpreendeu pela magnitude — é a maior até agora — e pelo tom adotado na carta enviada ao Brasil, que foi muito mais político do que econômico.
Num cenário altamente instável, os analistas consultados pelo Estadão dizem que o melhor que o Brasil pode fazer agora é apostar na diplomacia e olhar para os setores que tendem a ser mais prejudicados. Por ora, o impacto é considerado pequeno, mas ele pode ser pior se o País optar por escalar a guerra comercial com os Estados Unidos.
Leia as entrevistas
- Armando Castelar: País precisa de uma estratégia de médio prazo
- Solange Srour: Não estamos em posição de sentar na mesa de negociação de uma forma mais dura
- José Alfredo Graça Lima: Brasil precisa testar a capacidade de negociação da diplomacia americana
- Rubens Barbosa: Os interesses comerciais não devem ser contaminados por questões ideológicas dos dois lados
Nesta reportagem, quatro analistas apontam qual deve ser o papel do Brasil nesse momento e como o governo deve se comportar.
Armando Castelar: País precisa de uma estratégia de médio prazo
Pesquisador associado do FGV/Ibre, Castelar diz que o Brasil precisa desenvolver uma estratégia de médio prazo. Ele diz que turbulência comercial com os Estados Unidos é apenas parte de uma agenda mais ampla, o que obriga o País a pensar em caminhos para diversos assuntos.
Qual caminho o Brasil pode adotar agora?
É importante ter um plano de prazo um pouco mais longo. É compreensível que haja uma reação emocional, porque não era a expectativa que havia. O Brasil não é um país que tem um superávit comercial com os Estados Unidos, não tem nenhuma questão maior de migração, não tinha nada na agenda que justificasse. O fato de a questão política eleitoral ter sido incluída na carta complica enormemente o processo. Transforma num item importante da agenda de discussão das eleições. É a tendência natural. Isso posto, o País precisa de um plano de médio prazo.
Por que esse plano é importante?
Está ficando claro que tem uma nova reconfiguração geopolítica sendo colocada internacionalmente. O conflito (dos EUA) não é com o Brasil, é com a China. Por exemplo, o acordo comercial com o Reino Unido tinha uma previsão de exclusão de produtos chineses do Reino Unido, de cadeias de participação. Envolve, por exemplo, toda a questão do dólar, do papel do dólar nas transações internacionais, tanto comerciais como financeiras. Precisa posicionar o País: qual é a estratégia de médio prazo nesse processo? Eu acho que essa é a pergunta que deveria estar sendo discutida.
E qual pode ser o impacto dessas medidas?
O impacto no PIB não deve ser tão significativo, mas é relevante para uma série de setores e empresas. Isso tem de ser levado em consideração. Se o País tiver uma história de cuidado com as empresas que são afetadas por esse tipo de coisa, tende a estimular investimentos a longo prazo. De novo, não vamos sair simplesmente chutando a canela porque ficou irritado. É um processo amplo. Tem toda uma agenda que não vai acabar aí. Se havia uma coisa clara, é que essa agenda de tarifas é usada pelos motivos mais diversos possíveis.
É preciso considerar que não vai haver um acordo em que você negocia e que vai parar com esse tipo de prática. Precisa de uma estratégia de desacoplamento. Tem questões na área de mercado de capitais, em onde alocar as reservas internacionais, de como o Brasil vai entrar nessa discussão sobre o uso de caminhos alternativos para fazer transações que apareceu com muita força na discussão dos Brics. São questões que não podem ser decididas numa reação de irritação. É preciso continuar negociando e não acreditar que nada do que vai ser negociado vai ficar, porque muda daqui a pouco.
E tem espaço para essa negociação?
Essa é uma pergunta muito difícil. O livro texto de economia não fala sobre isso. Até agora, o país que melhor negociou foi a China, mas as tarifas também ficaram na faixa de 50%. De novo, há um processo de desacoplamento e que não vai acabar só no comércio de bens. Vai ter de discutir esse desacoplamento no mercado de capital, no mercado financeiro, onde você coloca as suas reservas. Esse tipo de ameaça não vai terminar no comércio de bens. É melhor estar preparado para a próxima rodada do que ser surpreendido. Negociar é bom, mas é negociar não acreditando que vai resolver o problema. É negociar para ver o que se consegue em cotas e, eventualmente, em prazos.
E um outro item bastante importante é intensificar negociações de acordos comerciais. Uma forma de você se proteger desse tipo de coisa é passar a negociar mais com outros lugares, é mudar a direção do seu comércio para outros países.
Solange Srour: Não estamos em posição de sentar na mesa de negociação de uma forma mais dura
Na avaliação de Solange Srour, diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS Global Wealth Management, o governo brasileiro deve optar pela diplomacia nas negociações com os EUA. Uma escalada por parte do Brasil pode representar um impacto muito pior do que estimado com as medidas iniciais anunciadas por Trump.
Qual é a melhor posição que o Brasil pode adotar nesse momento?
Não usar reciprocidade. Eu sei que é uma lei aprovada pelo Congresso, mas, se o Brasil escalar nesse momento, certamente vai receber mais tarifas e, potencialmente, barreiras não tarifárias, possivelmente sanções, não só para pessoas como para empresas.
Qual é o espaço para negociar?
Eu entendo que, pela carta do governo americano, tem pouco espaço de negociação, porque os motivos não me parecem ser essencialmente comerciais, até porque não temos um superávit com os Estados Unidos. Nesse momento, vamos ter de usar a diplomacia e tentar diminuir as tarifas, mas nunca tentar, em hipótese nenhuma, escalar.
E quais são os impactos das tarifas?
O impacto direto das tarifas não é tão grande no PIB, apesar de afetar setores específicos de forma pesada. O impacto não é tão forte, porque a gente exporta para os Estados Unidos, em relação ao nosso PIB, 1,7%. É muito pouco. O Brasil é uma economia fechada. Dessas exportações, cerca de 60% poderiam ser direcionadas para outros países, ainda que a preços mais baixos, porque são commodities. E também, dentro dessas exportações, por exemplo, o aço já está tarifado; o petróleo pode ser uma exceção. Não temos os detalhes ainda, mas não me parece que o impacto na economia vai ser muito grande.
Esse primeiro impacto pode ser pequeno. Tem muitas estimativas, com as quais eu concordo, de que o impacto é em torno de 0,3, 0,5 (ponto porcentual) do PIB, no máximo.
O que pode acontecer se o Brasil decidir escalar esse conflito?
A gente vai ter um movimento de aversão ao risco maior no Brasil. Podemos ter uma depreciação maior do câmbio, uma abertura maior das taxas de juros. Isso vai afetar muito mais a atividade do que esse impacto inicial. Pode, inclusive, impactar a vinda de investimentos para o Brasil, não só dos Estados Unidos, mas de outros países que estão negociando com os EUA.
Uma coisa relevante é que a negociação dos demais países com os Estados Unidos não é uma negociação apenas de tarifas, mas uma negociação de posicionamento desses países em relação à China e, provavelmente, agora em relação aos Brics. E, se o Brasil escalar, vai ser em relação ao Brasil também.
Ao longo desse período, o governo dos EUA tem feito movimentos muito agressivos para, depois, recuar. Isso pode acontecer com o Brasil?
Quando olhamos para os acordos que o Trump está tentando fechar com os países, ele ameaça e, depois, chama para a mesa de negociação. O maior recuo, de fato, aconteceu em relação à China, porque ela domina a produção de determinados insumos, como terras raras, como nenhum outro país. Tem 90% da produção de insumos super relevantes para a produção de turbinas, veículos elétricos, satélite, material de defesa. O Brasil não tem isso. Em alguns produtos, a China domina 80% do mercado, 70% do mercado.
E, se ela fizer barreiras de exportação para os Estados Unidos e, para qualquer país que exporta para os EUA, os Estados Unidos sofrem muito. O Brasil não está nessa situação. Nenhum produto que a gente vende para os EUA é essencial. Não estamos em posição de sentar na mesa de negociação de uma forma mais dura. Tem de ser de uma forma diplomática, porque a gente não tem ameaça crível a fazer que vai trazer dor para os Estados Unidos como a China trouxe.
José Alfredo Graça Lima: Brasil precisa testar a capacidade de negociação da diplomacia americana
Cônsul-geral em Nova York e depois em Los Angeles, entre 2005 e 2012, e vice-presidente do conselho curador do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), Graça Lima diz que o Brasil deve buscar separar o aspecto político da questão e tratar da questão comercial. Ele diz que pode ser necessário ao Brasil negociar a abertura de certos setores da economia que possam interessar aos americanos.
A carta de Trump foi uma surpresa nos meios diplomáticos e como responder ao teor dela?
Ninguém esperava (algo assim). Foi surpreendente por todos os aspectos, pelo timing, pela violência e pela magnitude. E tudo isso caiu como uma bomba, pelo ingrediente político, e pelo conteúdo da carta trazer razões mais políticas do que comerciais. É chover no molhado dizer que o Brasil é deficitário no comércio com os Estados Unidos, e que temos relações excelentes, pela complementaridade dos produtos exportados e importados. Mas, quando se tem uma autoridade com uma visão muito peculiar de como os Estados Unidos podem ganhar com a imposição de tarifas, o que é totalmente fora do comum, temos de lidar com isso. As pessoas não vão mudar. Na minha opinião, será preciso isolar o político do comercial, desconsiderar as provocações e fazer uma oferta.
Nos meios diplomáticos, comenta-se que os negociadores brasileiros ficaram esperando chegar alguma demanda, que nunca veio, para se negociar. Agora, o Brasil é que precisa fazer uma proposta?
Foi noticiado, na época, que conversas estavam sendo realizadas entre equipes técnicas. Ou era só “enxugação” de gelo ou nada resultou disso, a ponto de essa carta ter sido enviada. Embora as motivações do Trump parecem estar claras, a estratégia final a gente não sabe qual é. O importante é continuar trabalhando nos dois últimos parágrafos da carta (que tratam da abertura de espaço para uma negociação comercial), preparar a equipe negociadora, combinar com setores o apoio a uma proposta de liberalização desses setores, e testar a efetiva capacidade de negociação dos EUA.
Trump pode querer, no fim das contas, uma abertura comercial de certos setores brasileiros? Isso não pode contrariar alguns interesses locais?
Não é politicamente fácil, ainda mais no Brasil que tem um alto grau de proteção comercial. Mas existem setores que são exportadores para os EUA, como a Embraer, o de suco de laranja e o de café, capazes de permitir o acesso desimpedido ao Brasil. Tenho certeza que os importadores americanos desses produtos estarão felizes e empenhados em achar solução para as tarifas.
Como fazer com outros setores que, no entanto, enfrentam contenciosos longos entre o Brasil e os EUA, e que podem ser o alvo americano?
Em etanol e açúcar não tem jeito. São temas intratáveis. Se você oferecer uma tarifa zero de etanol importado contra o etanol para os EUA, é bom negócio para os dois lados. Pode até contemplar tarifa zero contra uma um pouco maior. O Brasil não vai perder com isso. O nosso etanol é mais limpo que o americano. Mas o açúcar sempre foi muito protegido, sujeito a cotas, e que só o Nordeste as aproveita. É um mercado muito fechado.
O Trump também fala que vai conseguir arrecadação com as tarifas. Mas ela é feita do dinheiro dos importadores. É dinheiro americano, não é dos exportadores. É uma conta de uma criança de 10 anos. É um discurso político e falacioso. Mas nada disso precisa ser considerado pelo Brasil. Isso salta aos olhos. Os próprios americanos sabem isso. Tem de deixar o Trump falar e acompanhar no que resulta. Ele atira no que vê com o objetivo de acertar no que não vê. Cria uma espécie de pânico, e vai abrindo a oportunidade para uma janela, para que possa ter acerto. Alguma coisa surgirá.
Se negociações como essas falharem, o Brasil pode acabar buscando a retaliação?
Se, por hipótese, a tarifa de 50% for aplicada, sobre o que nem queria falar, por que até uma de 20% ou 30% já seria um problema e acho que isso não vai acontecer, um recurso é recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio). E, ainda como mais último recurso ainda, o Brasil pode contratar advogados americanos para ir à Justiça contra a medida executiva. Mas não consigo imaginar o comércio sendo inviabilizado com uma tarifa a 50%. Não interessa a ninguém. A última coisa a fazer, que acho fora de questão, é usar a reciprocidade. A menos que alguém fique contente que o seu parceiro perca também com a sua perda. Isso é justiça do Código de Hamurabi. Não faz sentido comercial nenhum, mesmo que falemos de retaliar em serviços, ou em patentes. Deixaria o Brasil mal.
A própria Lei da Reciprocidade Econômica foi proposta para atender a uma situação muito diferente, para disputar com países que apelarem para um órgão de apelação já parado. Não para um caso de tarifas. É importantíssimo não trabalhar com o coração. É preciso aceitar provocação e manter ideias de não retaliar. É perfeitamente compreensível querer fazer uma defesa do País, mas não sendo político e querendo que as coisas melhorem, o único conselho que dou é ter moderação, cabeça fria e disposição de negociar.
Rubens Barbosa: Os interesses comerciais não devem ser contaminados por questões ideológicas dos dois lados
Para Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), embaixador em Londres e Washington, entre 1994 e 2004, o governo brasileiro já respondeu bem ao aspecto político da provocação de Trump. Agora, é o momento de tratar da questão comercial.
A ofensiva do Trump contra o Brasil foi uma surpresa diplomática?
Não me surpreendeu, por que o Trump já tinha mencionado, poucos dias antes, que o Brasil iria receber uma carta e que o País era muito negativo aos interesses americanos. Ele já tinha avisado. O que surpreendeu foi o nível da tarifa muito alto. Eu acho que houve, claramente, uma ação política nisso, e com a interferência em assuntos internos do Brasil.
Mas, isso o governo Lula já respondeu ao convocar o encarregado de negócios americano, ao devolver a carta e com a nota que o presidente da República publicou. Então, eu acho que a gente respondeu a parte política à altura. Não deixou a coisa piorar. O que faltou é a negociação comercial. Agora, a gente tem de ser pragmático e fazer como os outros países estão fazendo, com uma negociação comercial para reduzir a tarifa.
O governo chegou a falar muito que estava disposto a conversar e houve encontros entre o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick. Por que isso não resultou em acordo antes da carta de Trump?
Pelas informações que a gente tem, nessas últimas semanas, o governo brasileiro não insistiu nas negociações porque acreditou que a tarifa brasileira ia ficar em 10%. Isso para nós era muito bom. Então eles diminuíram esses contatos. O Alckmin esteve nos Estados Unidos. Mas o ponto principal daqui para frente vai ser a necessidade de o governo Lula estabelecer canais de comunicação com o governo americano, tanto em nível presidencial, quanto em nível ministerial no Ministério de Relações Exteriores.
Nesses oito meses, desde a campanha eleitoral até a posse do Trump, não houve nenhum contato entre o Palácio do Planalto e a Casa Branca. E nenhum contato entre o ministro de Relações Exteriores e o secretário de Estado Americano. Isso aí, sendo os Estados Unidos, o segundo maior parceiro brasileiro, um país da maior importância, realmente é uma situação muito complicada.
Houve aí uma falta de prioridade, quando se sabe, e eu cansei de falar e escrever sobre isso, que a ação da oposição brasileira nos Estados Unidos por meio do Eduardo Bolsonaro estava muito ativa em Miami, em Boston, no Congresso Americano e no Departamento de Estado, e que isso iria ter consequências. Eu cansei de falar isso. E o governo, de certa maneira, não atuou para neutralizar esse trabalho da oposição.
A oposição, então, aproveitou um vácuo deixado pelo próprio governo?
A oposição não vai lá para elogiar o governo. Vai lá para ficar contra o governo. Isso é normal. Agora, você acusar de ser traidor da pátria, disso e daquilo, é uma politização, é uma ideologização que está bem para fins de consumo interno. Mas, o fato é que, durante oito meses, não houve nenhum contato do governo brasileiro para esclarecer tudo o que estava sendo dito lá em Washington, pela oposição, para esclarecer que tudo aquilo não era verdade, que o julgamento (da tentativa de golpe de estado) tinha sido legal dentro das regras brasileiras. Enfim, o governo tinha de ter feito esse trabalho também. Agora, eu acho que o governo reagiu, dizendo que era mentira tudo que estava sendo falado e que a soberania brasileira não ia aceitar essa interferência externa.
Superada a questão política, como deve ser focada a questão comercial?
A gente não pode deixar a relação com os Estados Unidos, com um governo conservador, e com um governo de esquerda aqui no Brasil, ser contaminada por questões ideológicas. O Brasil é um país grande, uma das 10 maiores economias do mundo, um país com 210 milhões de habitantes, com interesses concretos na área agrícola e na área industrial. Nós temos interesses a preservar. O governo tem de focar no interesse brasileiro em primeiro lugar.
Podemos seguir o caminho de outros países que já negociaram com Trump, que primeiro dá uma pressionada forte, mas ainda não aplicou nenhuma das tarifas?
Foi prorrogado o prazo até primeiro de agosto. Nós temos 20 dias para equacionar essa questão. Não é retaliação. Eu acho que se alguém aplicar a retaliação vai ser um erro político e um erro comercial muito grande. Porque aí o Trump vai dobrar a tarifa contra o Brasil. Nós temos de negociar e oferecer contrapartidas para a redução dessas tarifas, em termos técnicos, em termos comerciais.
A China buscou a estratégia de retaliação, mas ela também tem um outro porte, um outro peso no comércio global. E depois eles sentaram para negociar. Isso não funcionaria para o Brasil?
O Brasil não tem o cacife da China. Ela é o maior parceiro americano, é uma superpotência. O Brasil não tem cacife para retaliar os Estados Unidos, por que pode sofrer mais ainda do que já está sofrendo com esses 50%.
Empresas, associações e governadores podem ajudar nas negociações?
O setor privado pode ajudar muito. As empresas brasileiras têm contato com as empresas americanas. Na área do aço e do alumínio, por exemplo, em que o Brasil vende para a indústria automobilística, é preciso haver um trabalho conjunto do governo com o setor privado para falar com as empresas americanas para que elas também pressionem o governo pela redução da tarifa.
Um trabalho conjunto vai ser muito importante. Nós temos de ser realistas e fazer como todos outros países estão fazendo, inclusive a China e o Vietnã, que são países ideologicamente contrários aos Estados Unidos. Eles estão negociando (Estadão)